Parlamentar considera mentirosas afirmações do senador Pedro Taques e cobra votação de matérias do Senado Federal
Riva rebate críticas e cobra debate de propostas para MT
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PSD), classificou como ‘oportunismo eleitoral’ e ‘mentirosas’, as declarações do senador Pedro Taques (PDT). Ele se referiu ao programa exibido no horário político gratuito do candidato a prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), quando mencionou somente os repasses do Governo do Estado feitos ao legislativo estadual e criticou a falta de investimentos ao setor de saúde. O discurso de Riva foi acompanhado pelos demais parlamentares, que também saíram em defesa da Assembleia Legislativa, na noite desta terça-feira (16). Riva desafiou o senador a sair do campo eleitoreiro e discutir propostas para Mato Grosso.
O deputado Mauro Savi (PR) reforçou que os repasses são constitucionais para os poderes. “Sabemos que há problema na saúde, mas quem detém o poder da caneta é o governador”.
Riva lembrou que o repasse é amparado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e os outros poderes também recebem, assim como o Senado Federal, que gasta bilhões e proporcionalmente, muito mais do que Assembleias e Câmaras. Ao lamentar a postura do senador, que para Riva sai do campo do debate de matérias importantes para Mato Grosso, para persegui-lo, garantiu que a partir de agora, quando for citado, irá rebater e acionar judicialmente as declarações do senador. “Esse cidadão não é mais, nem menos do que eu. E nem mais nem menos que os senhores parlamentares”, disse. Considera que Taques faz discurso de falso moralista, muito parecido com o do senador Demóstenes Torres, que segundo Riva, até pouco tempo esses senadores tinham muita intimidade.
Indignado com as acusações, o presidente chamou a atenção de que a população não vota mais em discurso fácil. É preciso apresentar propostas e trabalhar duro para realiza-las. Disse que espera que o senador seja reeleito pra que possa se vangloriar do próprio trabalho. “Mas, quero dizer que não se elege mais somente com discurso. O eleitor não quer mais isso”, disparou.
Sobre o repasse, Riva explicou que o Estado faz o orçamento aquém das suas necessidades. E não constam no orçamento de 2012 todas as folhas salariais da Assembleia Legislativa, do Poder Judiciário, do Ministério Público Estadual (MPE), do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT). Como o não é possível abarcar todas as despesas, no decorrer do ano, os poderes vão recebendo a suplementação orçamentária mensalmente de acordo com o que tem direito.
Quanto aos problemas na área da saúde, Riva concorda que a situação é grave. Mas, fez uma ressalva de que o problema é antigo. Por isso, considera maldade e oportunismo político, colocarem a culpa sobre os ombros de Lúdio Cabral e do governador Silval Barbosa. "Os nossos senadores podem aportar recursos para construir hospitais, liberar recursos para a saúde e o senador Pedro Taques tem uma ótima oportunidade para começar a pagar os votos que teve no interior. Na disputa eleitoral, as questões afloram e é sacanagem jogar nas costas do Lúdio, essa responsabilidade. Digo isso à vontade, pois tenho divergências históricas com o PT e o PSD liberou o diretório municipal para direcionar o caminho da legenda no segundo turno”, reiterou.
Riva ainda disse que o senador deve explicação do seu mandado ao cidadão mato-grossense e repudiou o que leu na Imprensa, quando Taques disse estar cansado de atender prefeitos e vereadores. “A quantidade que entra no gabinete do senador num mês, entra no meu gabinete num dia. Pode fazer o levantamento. Não estou cansado. Quem é esse cidadão para questionar minha vida, essas coisas me assustam. Se está cansado, ele vai atender a quem? Também questionou a prestação de contas da campanha de Pedro Taques, na qual não considera verdadeira. Para isso, alerta, basta verificar os gastos com os lugares declarados. “Não está contabilizado avião e combustível”.
O presidente da Assembleia Legislativa trabalha em respeito ao povo mato-grossense, que por quatro vezes o elegeu deputado estadual mais votado. Na última, recebeu 93.594 mil votos em um contingente de aproximadamente 300 candidatos. “Como senador, o Pedro Taques concorreu com no máximo quatro candidatos e se fizer um comparativo, a sociedade já disse que meu trabalho foi importante, com erros, mas muitos acertos”.
Riva concluiu dizendo que está disposto a debater os problemas do Estado, como do setor madeireiro, da região norte que ficará ilhada pela falta de conservação das estradas e investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança pública, entre outros.
A forma de fazer política do senador também foi criticada pelo deputado estadual.“Pedro Taques foi em Juara há dois anos e disse que foi ameaçado, teve mais da metade dos votos. Voltou lá neste ano com o mesmo discurso. Não conheço uma obra que ele fez por Juara, não tem um prego que colocou na cidade”.
Congresso Nacional – As criticas a omissão do Congresso Nacional na apreciação de assuntos importantes para o país foram novamente lembradas por Riva. “Tenho cobrado há muito tempo o orçamento impositivo real, e não é assim, pois o Congresso Nacional é omisso e está dormindo, pois não aprova as reformas, como do planejamento público. Desta forma, seria possível fazer um orçamento que seria executado durante todo o ano, do jeito que está a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o Plano Pluri Anual (PPA), são peças fictícias”, cobrou.
VLT – Principal defensor do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), Riva lembrou a luta para debater os modais e criticou os oportunistas. “É muito fácil ficar do outro lado, o VLT não vende pneu, combustível. Mas, defendi o melhor para o Estado, essa é a minha obrigação como parlamentar, muitos empresários apontaram a viabilidade do sistema que é moderno, eficiente e mais econômico, pois eles não falam que o Bus Rapid Transit (BRT), tem que substituir ônibus a cada sete anos, gastos absurdos com desapropriações, consumo de combustível, pneu, se tornando mais caro”.
Falta de planejamento –Quanto à questão da saúde, o peessedista lembrou a falta de planejamento no país. “Uma hora isso iria estourar, disse que o Silval deveria colocar isso para a sociedade e infelizmente, não colocou. O PSD tem a liberdade de falar, pois sempre defendeu uma reforma. Mato Grosso cresce de forma desordenada, os recursos são insuficientes, a União prejudica e muito o Estado. Não adianta contribuir com 34% do superávit da balança comercial, ser rico em produção e pobre em arrecadação. Do ponto de vista econômico, o Estado está inviabilizado, tem que ser feitas as reformas, investir em logística, é necessária a união das forças políticas para chegar na presidente Dilma Rousseff (PT) e cobrar melhorias.
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