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Internacional
Domingo - 18 de Abril de 2004 às 18:56

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O russo Guennadi Padalka, o americano Michael Fincke e o holandês Andre Kuipers partirão nesta segunda-feira, a bordo da nave Soyuz TMA-4, para a Estação Espacial Internacional (ISS).

Os astronautas russo e americano integram a nona expedição da ISS e substituirão o americano Michael Foale e o russo Alexandr Kaleri, enquanto o médico Andre Kuipers voltará à Terra em uma semana junto com os dois astronautas substituídos.

Padalka e Fincke passarão 183 dias em órbita.

Em sua última entrevista coletiva às vésperas da missão, Fincke, que faz seu primeiro vôo ao espaço, mostrou-se visivelmente emocionado.

"Para mim é um grande honra voar pela primeira vez ao espaço a bordo de uma Soyuz. Não cheguei nem sequer a pensar que poderia ter esta sorte", disse.

Fincke afirmou que a "Soyuz é uma nave maravilhosa" e elogiou seus companheiros, o comandante da nave, Padalka, e o engenheiro de bordo, Kuipers.

Padalka, astrounauta experiente que viveu 199 dias a bordo da estação orbital MIR e realizou dois passeios espaciais, foi menos emocional e mais pragmático.

"Nossa principal missão é manter a capacidade de funcionamento da estação", indicou.

Padalka lembrou que, depois da suspensão dos vôos americanos devido à tragédia do ônibus espacial Columbia, apenas as naves russas viajam à estação.

"Sem a Soyuz e a Progress russas não seria possível manter a ISS, mas sem as naves é impossível terminar sua construção", acrescentou.

O cosmonauta russo opinou que "o programa da ISS demonstrou a nós mesmos e aos americanos que não podemos continuar atuando cada um por conta própria, e que só a estreita cooperação permitirá à humanidade enviar expedições em direção a planetas distantes", afirmou o cosmonauta russo.

Se os vôos americanos não forem retomados, os substitutos de Padalka e Fincke, cuja decolagem está prevista para outubro, podem passar um ano inteiro na ISS.

A proposta foi feita pela Agência Espacial Federal (AEF) russa, que agora espera uma resposta da Nasa (agência espacial americana).

O porta-voz da AEF, Serguéi Gorbunov, disse que, ao assumir todo o peso dos vôos e do abastecimento da ISS, a Rússia perdeu grande parte da receita que tinha previsto receber com as viagens de astronautas europeus e "turistas espaciais".



O país planejava investir esse dinheiro no desenvolvimento do programa da estação internacional.

No Centro de Preparação de Cosmonautas Yuri Gagarin treina o empresário e cientista americano Gregory Olsen, que seria o terceiro turista espacial a viajar à ISS e cuja data de vôo depende diretamente da resposta da Nasa.

Se a ordem de substituições a cada meio ano se mantiver, Olsen pode voar à ISS em abril de 2005, porque antes não haveria lugar para ele a bordo da Soyuz.

Mas se a duração das missões permanentes aumentar para um ano, o turista espacial poderá realizar seu sonho, que lhe custará cerca de 20 milhões de dólares, já no segundo semestre deste ano.

Se a Nasa aceitar, a Rússia poderia, além disso, utilizar um dos dois vôos da Soyuz previstos para cada ano para levar dois turistas por vez.

Nesse contexto, na agência espacial russa já está pensando em fazer a oferta para noivos ricos de irem "do altar ao céu" e passar sua lua-de-mel no espaço.




Fonte: EFE

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