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Domingo - 18 de Abril de 2004 às 15:49
Por: Roberta Brasil

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Desde criança, Ingrid Guimarães escrevia e encenava suas próprias peças, com a participação - nem tão voluntária assim - das duas irmãs. "Eu forçava as coitadas a participarem... E, todo domingo, meu pai reunia os amigos para assistir ao teatrinho lá de casa", lembra, aos risos. De certa forma, Sob Nova Direção - que estréia às 23 h deste domingo, dia 18, na Globo - faz Ingrid voltar aos domingos de sua infância.

No "palco eletrônico", a atriz reedita a parceria com Heloísa Périssé, com quem também encena e assina o bem-sucedido espetáculo "Cócegas", há três anos em cartaz.

Sob Nova Direção é ambientado num bar, único "ganha-pão" das sócias Pit e Belinha, vividas por Ingrid e Heloísa. Completam o elenco Luís Carlos Tourinho, Otávio Müller e o estreante Luís Miranda. "A 'sitcom' tem muito do espírito de teatro", empolga-se Ingrid, que já sonhava em virar atriz quando trocou Goiânia pelo Rio de Janeiro, aos 13 anos. O primeiro sucesso nos palcos foi Confissões de Adolescente, peça dirigida por Domingos de Oliveira.

"Éramos quatro meninas que, de repente, passamos a ser tratadas como Beatles!", exagera.

Aos 31 anos de idade e oito de carreira, a atriz encara a estréia de Sob Nova Direção como mais um dia de espetáculo. "A expectativa é total e nenhuma. No teatro é assim... Até as oito e meia você não sabe quem vem", compara.

P - A idéia do "Sob Nova Direção" surgiu a partir de uma briga de bar. Como foi isso? R - O Sob Nova Direção foi criado numa noite, em Paris. Vimos um quebra-pau num bar e aí pronto: acabaram-se nossas férias! Passamos uma madrugada inteira em claro no hotel, gastando em euro para criar! Eu e a Heloísa vivemos um estado de ebulição de criatividade. Acho que nossa parceria deu tão certo por isso. Sempre fui "workaholic" e achei alguém que me entende porque é tão obsessiva e louca quanto eu. Tudo com a gente vira cena! Por isso é que eu digo: a arte é apenas um olhar diferente sobre a vida. Aquela situação no bar, para uma pessoa normal, seria apenas uma briga. Para a gente, aquilo virou um programa de tevê...

P - Mas você fez carreira mesmo no teatro...

R - Os meus amigos dizem que eu sou pé-quente com teatro. E acho que sou mesmo. Fiz Confissões de Adolescente e Cócegas, duas peças de enorme sucesso, que geraram livro, filme, série de tevê... A coincidência é que as duas peças começaram da mesma maneira: na sala da minha casa. Mas conheço os altos e baixos do teatro. Já fiz espetáculo tanto para 5 mil pessoas quanto para uma só.

P - E por que você demorou a emplacar na tevê?

R - Fui conquistando um espaço a duras penas. Na tevê, meu primeiro trabalho foi no Chico Total. Depois, fiz uma participação em Mulheres de Areia e me chamaram para fazer uma empregada em Por Amor. O papel era pequeno, mas cresceu. No final, eu já sentava à mesa com as patroas! Fiz também Você Decide, Mulher, Retrato Falado, Brava Gente... Passei por quase todos os programas da Globo. Só falta o Linha Direta.

P - Mas o Sob Nova Direção é seu primeiro programa autoral...

R - E estou muito feliz porque este foi o caminho que sempre trilhei no teatro. O legal de Sob Nova Direção é que a gente pode falar de qualquer coisa. O bar é só um pano de fundo... O mote da história são duas mulheres batalhadoras, com esse espírito bem brasileiro de fazer 10 coisas ao mesmo tempo para ganhar uma grana. E vamos falar muito de amizade também, que é um assunto pouco abordado na tevê.

P - Você é considerada "atriz de comédia". Não tem vontade de fazer papéis mais "sérios"?

R - Tenho. O Domingos de Oliveira já me falou que sou boa atriz dramática, mas diz que só me chamam para comédia porque são poucas as atrizes que fazem bem. E é verdade. Com isso, o mercado do humor torna-se muito melhor. E eu realmente adoro comédia. O público tem muita gratidão por quem faz rir. Quando estou na rua, as pessoas sempre me abrem um sorriso. Isso é bom demais!




Fonte: TV Press

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