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Internacional
Sexta - 16 de Abril de 2004 às 15:30

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Washington - Há 75 mil anos, alguém que vivia numa caverna à beira do Oceano Índico perfurou uma série de conchinhas e as enfiou num cordão, na mais antiga jóia feita por um ser humano. As conchas recém-descobertas são 30 mil anos mais antigas do que qualquer ornamento já encontrado.

O achado reforça a tese de que características associadas aos povos modernos, como o uso de objetos carregados de simbolismo, se desenvolveram bem cedo na história humana e não milhares de anos depois de nossos ancestrais terem migrado para o Oriente Médio e Europa.

Os mais antigos ornamentos eram, até agora, dentes perfurados e contas da Bulgária e Turquia, que datam de 41 mil e 43 mil anos atrás, e outros feitos de casca de ovos de avestruz, há 40 mil anos, encontrados no Quênia.

Esforço

As 41 conchas de molusco perfuradas, cada uma com cerca de 1 cm de diâmetro, foram encontradas na caverna Blombos, na África do Sul. Todas elas mostram sinais de desgate provocado pela passagem de fios, feitos de fibras ou tecido, segundo os pesquisadores da equipe de Christopher Henshilwood, autor do trabalho publicado na Science nesta semana.

De acordo com ele, os moluscos usados na confecção dos adornos são encontrados num estuário a 16 km da caverna, indicando o esforço necessário para obtê-los.

Henshilwood, da Universidade de Bergen, na Noruega, disse que esse tipo de trabalho é extremamente importante em sociedades tradicionais, já que identifica seu usuário por gênero, status, idade, classe social e grupo étnico.




Fonte: AP

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