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Nacional
Quinta - 15 de Abril de 2004 às 18:06
Por: Clarissa Thomé

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A favela da Rocinha terá uma sede do governo do Estado. O local reunirá representantes de serviços públicos, como defensoria pública, companhia de água e esgoto, e emissão de documentos. A idéia é de que os programas do governo na favela tenham visibilidade. “Queremos que a presença do Estado seja uma coisa fisicamente perceptível. É preciso que a população reconheça que o governo está permanentemente presente em todos os territórios, não só no asfalto”, afirmou o secretário de Ação Social, Fernando William. Ele e o vice-governador Luiz Paulo Conde estiveram reunidos na manhã de hoje com líderes comunitários da favela.

William diz que a Rocinha é uma das favelas mais beneficiadas por programas sociais do governo – 500 famílias recebem o Cheque-Cidadão, outras 500 integram o programa Leite-Saúde, 80 jovens fazem parte do Jovens pela Paz, com salário mensal de R$ 240, e 45 adolescentes recebem bolsa de R$ 150 pelo programa Vida Nova. “É uma comunidade em que a ação do poder público é razoável, mas é uma região de pessoas pobres, num local de grande visibilidade, que convive com pessoas de alto poder aquisitivo, em que a procura por drogas é grande. Tudo isso gera conflitos”, diz William.

A sede do governo terá serviços como emissão de carteira de identidade, habilitação para motorista, e atendimento de agentes conciliadores locais – pessoas treinadas pelo Tribunal de Justiça para evitar que as questões simples entre moradores se transformem em ações judiciais. “As crises não deviam existir, mas eventos dessa natureza obrigam você a rever suas ações, melhorar, corrigir. Você trabalha em cima do problema e corrige o que fez de errado. É isso o que vamos fazer”, prometeu Conde.

Na reunião com as lideranças comunitárias ficou acertado o estudo de um Plano Diretor para a Rocinha. Os moradores reivindicaram a instalação de rede coletora de esgoto, tratamento de água, escolas técnicas para alunos do nível médio. Tudo será definido nesse plano, que vai tratar ainda da polêmica sugestão do vice-governador de cercar a favela. “Não somos contra a delimitação. Mas não queremos muro. O governo vai ter que estudar a melhor forma de fazer isso”, disse o primeiro-secretário da associação de moradores, Paulo César Valério.




Fonte: Estadão.com

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