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Cidades/Geral
Terça - 13 de Abril de 2004 às 10:09
Por: Sérgio Fernandes

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As cobranças sobre o posicionamento da Assembléia Legislativa, quanto às acusações de envolvimento de alguns de seus dirigentes com o crime organizado, foram um dos destaques da Audiência Pública realizada hoje pela manhã na Câmara Municipal de Cuiabá, com o objetivo de debater as organizações criminosas em Mato Grosso.

As cobranças foram feitas principalmente pelo procurador da república, Pedro Taques. A deputada Verinha Araújo, do PT, disse que até o momento não recebeu informações da Mesa Diretora da Assembléia sobre os documentos que o procurador afirmou ter enviado ao Legislativo e nem sobre qual foi o posicionamento tomado. Conforme Pedro Taques, 65 milhões de reais da Assembléia Legislativa foram parar nas contas de empresas de João Arcanjo Ribeiro, que está preso há um ano no Uruguai, aguardando um processo de extradição pela Justiça brasileira.

Arcanjo já foi condenado em alguns processos. Verinha, o deputado Ságuas (PT) e o deputado José Carlos do Pátio (PMDB) foram os únicos que votaram contra um pedido para paralisar um processo contra os deputados José Riva (PTB) e Humberto Bosaipo (sem partido), que eram os dirigentes do Legislativo quando o desvio teria ocorrido. Em seu pronunciamento, a deputada Verinha destacou ainda que não votou na atual mesa diretora, juntamente com o deputado Ságuas. “Pena que todas estas acusações e a operação Arca de Noé ocorreram depois das eleições”, disse.

Se houvessem ocorrido antes, certamente teríamos uma composição bem diferente na atual legislatura na Assembléia”, complementou Verinha. Ela, o deputado Ságuas e o Diretório regional do PT ingressaram, no ano passado, na Assembléia Legislativa, com um pedido de cassação dos deputados Riva e Bosaipo por “falta de decoro parlamentar”. O vereador Domingos Sávio, do PT, foi o autor do requerimento para a realização da Audiência Pública na Câmara. Ele presidiu a sessão, da qual participaram representantes de diversas instituições ligadas ao Ministério Público e segurança pública. De acordo com ele, será produzido um documento da audiência a ser enviado à Assembléia Legislativa, cobrando um posicionamento dos parlamentares sobre toda o processo feito pelo Ministério Público Federal quanto ao desvio de recursos.

O promotor público do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Mauro Zaque, também presente à audiência, afirmou que pode até existir uma previsão legal na atitude dos parlamentares que votaram pela paralisação das investigações contra Riva e Bosaipo. Porém, para ele, a atitude foi “expressamente imoral”.




Fonte: Assessoria/AL

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