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Cidades/Geral
Domingo - 11 de Abril de 2004 às 13:48
Por: Márcia Oliveira

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Em uma casa comum, do bairro Maringá II, em Várzea Grande, nada, além da informação de vizinhos, indica que no lugar um pequeno comércio de carne, completamente irregular, é tocado a todo vapor por uma família. Porém não é difícil visualizar a situação. Ao atravessar o portão residencial já é possível enxergar o cômodo, onde um balcão separa o "cliente" do "balconista" e evidencia que o ambiente tem cunho comercial. Dali, vê-se, no quintal, ossos de gado pendurados do lado oposto onde roupas foram postas para secar. E, em cima de mesas, um homem corta grandes pedaços de carnes, os embala e os leva para um freezer comum.

No local, apesar de um adesivo com o nome de um frigorífico e seu número de SIF colado na parede, tudo indica que a carne vem de abate clandestino. As evidências da irregularidade do negócio aparecem assim que a reportagem se identifica e pede que o dono da "Casa de Carne" mostre uma peça do gado, onde tenha o carimbo de inspeção do frigorífico, cuja identificação está na parede. "Não temos, essas partes já foram tiradas", responde o proprietário.

Segundo o Indea, existem outras formas de se checar a procedência da carne. A nota fiscal de compra do produto é uma delas. A outra, é uma tarja de plástico onde devem constar o selo de inspeção do frigorifico que abateu o gado, seu endereço e a data de validade da carne. Essas informações devem estar penduradas no tendão de uma das peças do gado. Mas o proprietário não pode apresentar nenhum destes documentos. "Ainda não temos alvará de funcionamento para um açougue, pois estamos tentando verificar se tem clientela, para então legalizar. E a carne daqui é basicamente distribuída para restaurantes e vendida aos vizinhos", conta a mulher do proprietário, pedindo para não aparecer.

No balcão, um recipiente de plástico expunha a carne que estava à disposição dos vizinhos, em temperatura ambiente. "Carne quente é característica marcante de produto advindo de abate clandestino, pois toda a carne inspecionada é refrigerada", destaca o funcionário do Indea, Célio Ofugi. Indícios levam a crer que a carne consumida, cortada, separada e distribuída para restaurantes, tem origem clandestina.




Fonte: A Gazeta

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