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Polícia Brasil
Domingo - 11 de Abril de 2004 às 12:27
Por: Carlos Martins

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Documentos apreendidos no Uruguai, em Salto e na casa alugada por João Arcanjo Ribeiro em Montevidéu, indicavam que pelo menos US$ 45 milhões foram “lavados” em instituições financeiras do Uruguai. Além da Lyman, o bicheiro tinha controle sobre a Aveyron Sociedade Anônima. Parte dos documentos analisados pela Justiça Federal mostrou que o bicheiro João Arcanjo Ribeiro movimentou em duas agências bancárias no exterior, nos anos de 1999 e 2002, o montante de US$ 69,8 milhões. Recibos de depósitos estavam entre os papéis apreendidos em Montevidéu, na casa que Arcanjo alugava.

Os depósitos foram feitos pela Aveyron S.A., uma offshore criada por Arcanjo em Montevidéu em 1995. A Aveyron fez quatro operações no valor de US$ 22.502.214,89 na agencia uruguaia do banco norte-americano BankBoston. Outro depósito feito pela Aveyron, no valor de US$ 47.368.304,54, foi na agência do alemão Deutsche Bank em Nova York. O destino final do dinheiro acabou sendo as Ilhas Cayman. A operação foi concretizada entre novembro de dezembro de 2002.

Segundo o juiz federal Julier Sebastião da Silva, só na 1ª Vara existem pelo menos mais oito inquéritos tramitando e que envolvem João Arcanjo Ribeiro. A abertura dos inquéritos foi determinada à Polícia Federal em dezembro passado. Estão sendo investigados a Conexão Uruguaia (envolvendo o BankBoston e o Deutsche); a Conexão Americana; o Sistema Nacional que foi utilizado para a lavagem (somente por Foz do Iguaçu Arcanjo enviou cerca de US$ 50 milhões por meio das contas CC-5); a Amper Construções Elétricas; Elma Eletricidade de Mato Groso; o Cartório do 4° Ofício de Rondonópolis; o dono do cartório Áureo Cândido Costa (que é sócio de Arcanjo no Rondon Plaza Shopping que recebeu recursos para a construção de US$ 10 milhões obtidos em um banco uruguaio); e as factorings envolvendo as filhas de Arcanjo, Kelly Cristina Arcanjo Ribeiro e Christiany Josefa Ribeiro Queiroz e o seu marido, Diniz Almeida Queiroz Júnior. Os últimos cinco inquéritos relacionados já estão investigados e tiveram a quebra de sigilo bancário e fiscal autorizada pela Justiça.




Fonte: Diário de Cuiabá

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