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Nacional
Quarta - 07 de Abril de 2004 às 12:20
Por: Rodrigo Rangel

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Na tentativa de evitar que as greves se alastrem pelo serviço público, o governo fez uma nova oferta ao funcionalismo e ampliou os percentuais de reajuste dos salários dos servidores do Executivo. Mas a nova proposta, apresentada ontem numa reunião do ministro do Planejamento, Guido Mantega, com líderes da categoria, não apaziguou todos os sindicatos. O governo prometeu destinar uma verba extra de até R$ 500 milhões para reajustes diferenciados a categorias que tiveram menores índices de correção nos últimos anos. No Orçamento estava previsto R$ 1,5 bilhão para os reajustes.

Na planilha apresentada ontem o menor reajuste para os servidores da ativa passa de 10,79% para 12,85%. O maior, que era de 29,38%, foi para 32,27%. Para os inativos, o percentual mínimo de reajuste passou de 7,11% para 9,5%, e o máximo, de 26,13% para 29,38%. A proposta do governo beneficiará 905 mil ativos e aposentados.

Apesar de alguns sindicatos ameaçarem fazer greve a partir do dia 18, Mantega avisou que esta é a última proposta:

— É o limite que o governo tem.

É a segunda tabela que o governo apresenta aos sindicatos em uma semana. Todos os índices de reajuste foram elevados, até para aposentados.

— É um reajuste inédito para o funcionalismo público. Vai dar melhores condições ao servidor, para que tenha mais entusiasmo para atender a população — disse Mantega.

O ministro estima que, para o governo, a diferença entre a proposta da semana passada e esta fique entre R$ 300 milhões e R$ 500 milhões. O dinheiro extra, segundo Mantega, terá origem no excesso de arrecadação. O adicional oferecido pelo governo representa a metade do que a CUT vinha pedindo (mais R$ 1 bilhão).

Uma nova reunião com as federações dos sindicatos de servidores foi marcada para o dia 20. Antes, porém, as entidades devem levar às bases de cada categoria a proposta do governo, em assembléias que estão programadas para a próxima semana. No dia 18, as federações promovem uma plenária em Brasília para discutir a possibilidade de deflagrar greve nacional.

Responsável por levar ao governo, há 15 dias, o pedido de aumento da verba destinada aos reajustes, a CUT estava satisfeita ontem. Lúcia Reis, da direção nacional da central, disse que os percentuais são razoáveis, principalmente por demonstrarem a intenção do governo de recuperar as perdas salariais acumuladas:

É o desenho, pelo menos, de uma política salarial — disse.

Outras entidades, porém, não abrem mão da reivindicação de 127% de reposição, levando em conta as perdas desde 1995.

— A proposta é insuficiente, não repõe as perdas salariais — afirmou Vicente Neto, diretor da Fasubra, que representa os servidores de universidades federais.




Fonte: O Globo/Brasília

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