Vaticano critica detenção "inadmissível" de bispo católico

O Vaticano criticou hoje, quarta-feira, a detenção na China do bispo católico Jia Zhiguo, a segunda de um sacerdote católico pelas autoridades de Pequim em apenas três semanas.

"Mais uma vez um membro da hierarquia católica se vê privado de sua liberdade sem motivações jurídicas", afirmou o porta-voz do Vaticano, Joaquín Navarro Valls.

A detenção "não é admissível em um Estado de direito que diz garantir a liberdade de religião e respeitar e preservar os direitos humanos", acrsecentou o porta-voz.

Jia Zhiguo, de 69 anos e chefe da Dioceses de Zhengding, foi detido na noite da segunda-feira em sua casa pelos corpos de segurança do Estado.

O bispo pertence à Igreja Católica clandestina, ou seja, a que está em comunhão com Roma e não aceita o controle do Estado chinês.

Jia, que foi ordenado em 1980, já tinha passado vinte anos na prisão por suas crenças religiosas, e em abril de 2002 foi novamente detido, mas libertado poucos dias depois.

Trata-se da segunda detenção de um bispo da Igreja Católica clandestina em três semanas, depois que no último 18 de março Pequim libertou sem acusações, depois das pressões do Vaticano, o bispo Wei Jingyi, detido durante dez dias.