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Internacional
Quarta - 07 de Abril de 2004 às 09:07
Por: Jamil Chade e Marcos de Moura

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Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) quer exigir que o governo brasileiro dê proteção à religiosa Maria Elilda dos Santos, que está denunciando uma rede de tráfico de órgãos e assassinatos de crianças em Moçambique. O grupo teria, inclusive, atuação no próprio Brasil.

Maria Elilda está recebendo ameaças de morte pela máfia do tráfico de órgãos do país e já deixou o mosteiro onde vivia para se esconder em casas de amigos. A brasileira ainda acusa o governo de Luiz Inácio Lula da Silva de tê-la "abandonado" e de estar até mesmo sendo pressionada pela embaixada do Brasil em Maputo para deixar Moçambique. "A única proteção que tenho é a de Deus", afirmou a missionária em entrevista pelo telefone.

Quem está pedindo a proteção à brasileira é o relator da ONU contra a prostituição e venda de crianças, Juan Miguel Petit, que quer que o País tome medidas concretas para evitar que a missionária seja assassinada, como ocorreu com outra brasileira, Doraci Edinger, que no final de fevereiro foi encontrada morta na província de Nampula. Para o relator, Maria Elilda é fonte fundamental para informações sobre como atua a máfia do tráfico de órgãos não apenas na África, mas também na América do Sul e na Europa.

Desde julho, Maria Elilda dos Santos, de 43 anos, tem feito denúncias sobre o desaparecimento de crianças que podem ter sido mortas pela rede criminosa. As denúncias já levaram a uma investigação pela Procuradoria-Geral da República de Moçambique. Segundo o relator especial da ONU, o governo brasileiro deve agir como o da Espanha, que passou a dar segurança policial às missionárias espanholas que também atuam em Moçambique. Petit ainda enviou uma carta ao governo de Maputo pedindo esclarecimentos sobre o que está ocorrendo no país.




Fonte: Estadão.com

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