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Educação/Vestibular
Segunda - 05 de Abril de 2004 às 14:01
Por: Fábio Takahashi

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No mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não haverá reforma agrária no "grito", o assessor especial da Presidência Frei Betto defendeu o coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) João Pedro Stedile. Ele afirmou que o líder sem terra está sendo "demonizado" por parte da mídia.

"Minha palestra aqui será em homenagem a um educador que vem sendo demonizado por parte da mídia (...) João Pedro Stedile", disse, antes de discursar no Fórum Mundial de Educação São Paulo para uma platéia de educadores. Após a palestra, Frei Betto não quis dar mais detalhes sobre a declaração.

No início da semana, o líder do MST prometeu "infernizar" o país neste mês. Segundo ele, seria um "abril vermelho". Ontem, Stedile declarou que foi mal-interpretado. "Falei em um sentido de entusiasmo: vou infernizar. E fui mal interpretado. De fato foi uma palavra infeliz. O sentido real foi: vamos pressionar, azucrinar", disse, durante a CPI da Terra, instalada no Congresso Nacional.

Hoje, durante a inauguração da Usina Termelétrica de Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul, o presidente Lula disse que a reforma agrária "não será feita no grito, mas dentro da lei".

"(...) Mas ela [reforma agrária] não vai ser feita no grito. Nem no grito dos trabalhadores, nem pelo grito dos que são contra, ela vai ser feita respeitando a legislação vigente e num clima de harmonia, que norteia o comportamento de todo o meu governo", disse.

Fome Zero

Ao discursar sobre o tema Educação Cidadã como Direito Social e Humano, Frei Betto usou praticamente todo seu tempo na conferência (de quase uma hora) citando o programa Fome Zero. "Neste ano ele vai chegar às capitais", afirmou.

"Algumas pessoas dizem que o Fome Zero não está funcionando. Mas ele não é um programa de assistencialismo. É de assistência social", disse.

O assessor de Lula declarou ainda que o problema da fome não é tratado da forma correta no mundo, pois não afeta as camadas mais favorecidas --ao contrário da AIDS e das guerras, por exemplo. Segundo ele, cerca de 30 mil crianças morrem de fome diariamente no mundo. "A cada dia, desabam o equivalente a dez World Trade Center, com 30 mil crianças dentro. E ninguém fala nada", disse, referindo-se aos atentados de 11 de Setembro de 2001.




Fonte: Folha Online

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