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O peso da balança para o consumidor
Após meses de estabilidade, os preços de produtos que compõem a cesta básica do consumidor brasileiro voltarão a subir nos supermercados este mês. São o café, que poderá encarecer de 20% a 25%; o óleo de soja, até 15%; e a farinha de trigo e seus derivados (macarrão, biscoitos e pães), entre 3% e 5%. A causa principal dos reajustes é a alta das cotações desses produtos ( commodities ) no mercado internacional, o que favorecerá as exportações e a balança comercial do país, mas pesará no bolso do consumidor e será uma pressão para a inflação de abril.
No caso do óleo de soja, as cotações já subiram 14,36% no mercado atacadista brasileiro em março, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A alta para o consumidor ficou em 6,7%, mas deve ser maior este mês, já que as cotações continuam subindo na Bolsa de Chicago.
Nos supermercados, o consumidor já sente o peso dos aumentos com o fim das promoções. Até fevereiro, houve marcas de óleo de soja em oferta a R$ 1,89 e R$ 1,99. Hoje os preços variam de R$ 2,39 a R$ 2,80, já chegando aos patamares de 2002, quando o produto subiu mais de 100% e se destacou entre os vilões da inflação dos alimentos, junto com a farinha de trigo, que encareceu mais de 80%.
— O óleo já esteve muito caro. Depois baixou pouca coisa. Não entendo o motivo de os preços subirem no Brasil só porque aumentaram lá fora. Afinal, a gente exporta muito, assim como o café e temos uma renda muito menor — reclamou a dona de casa Wanderleia Ribes, que só tem levado as marcas em oferta.
As cotações da soja começaram a subir aos poucos desde janeiro, com o término da safra dos Estados Unidos, que foi inferior à prevista. Esperava-se o equilíbrio com a chegada da superssafra brasileira, que também não correspondeu. A frustração ocorreu por dois motivos, segundo análise da Global Invest: o clima desfavorável com as chuvas excessivas nas regiões Norte e Nordeste e a estiagem no Centro Sul; e a ferrugem asiática, praga que se alastrou e reduziu a produtividade das lavouras.
A expectativa, feita no início do ano, de recorde de 60 milhões de toneladas, recuou para 56 milhões. E técnicos pessimistas já acreditam que a safra poderá ser menor que a de 2003, que ficou em 52 milhões de toneladas.
— A expectativa negativa deixou o mercado tenso. Os produtores, então, seguraram os estoques e as cotações inflaram, num clima de especulação. Outro fato que influenciou foi a compra maior da China — explicou Paulo Rosset, analista de commodities da Global Invest
Demanda da China pressiona preços
A alta do café no mercado internacional indica uma recuperação, após dois anos e meio de queda (entre 2000 e 2002). Com a produção maior em 2003 (48 milhões de sacas), os preços se mantiveram no mercado interno. A safra menor este ano ( 32 milhões de toneladas) já elevou as cotações. Na Bolsa da alimentos do Rio, o quilo do produto saltou de R$ 5,4 para 6.
— A saca de café torrado, que custava R$ 65 há um ano, está saindo por R$ 150. O aumento lá fora refletiu a produção menor e a procura maior da China. O repasse ao varejo deve chegar a 25% — disse Américo Satto, fabricante do café Floresta, sócio da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
No caso do trigo, as indústrias reclamam da alta de 15% em março. Com a pressão na Bolsa de Chicago, os produtores da Argentina, principais abastecedores de nosso mercado, subiram as tabelas de US$ 152 para até US$ 168 a tonelada. Mesmo com a safra maior, os produtores brasileiros seguiram a tendência e elevaram a cotação de R$ 450 para R$ 520.
— O mercado internacional ficou nervoso e se refletiu aqui. O preço do macarrão deve subir de 3% a 5% para o consumidor — previu Aluísio Quintanilha, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas (Abima).
No caso do óleo de soja, as cotações já subiram 14,36% no mercado atacadista brasileiro em março, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A alta para o consumidor ficou em 6,7%, mas deve ser maior este mês, já que as cotações continuam subindo na Bolsa de Chicago.
Nos supermercados, o consumidor já sente o peso dos aumentos com o fim das promoções. Até fevereiro, houve marcas de óleo de soja em oferta a R$ 1,89 e R$ 1,99. Hoje os preços variam de R$ 2,39 a R$ 2,80, já chegando aos patamares de 2002, quando o produto subiu mais de 100% e se destacou entre os vilões da inflação dos alimentos, junto com a farinha de trigo, que encareceu mais de 80%.
— O óleo já esteve muito caro. Depois baixou pouca coisa. Não entendo o motivo de os preços subirem no Brasil só porque aumentaram lá fora. Afinal, a gente exporta muito, assim como o café e temos uma renda muito menor — reclamou a dona de casa Wanderleia Ribes, que só tem levado as marcas em oferta.
As cotações da soja começaram a subir aos poucos desde janeiro, com o término da safra dos Estados Unidos, que foi inferior à prevista. Esperava-se o equilíbrio com a chegada da superssafra brasileira, que também não correspondeu. A frustração ocorreu por dois motivos, segundo análise da Global Invest: o clima desfavorável com as chuvas excessivas nas regiões Norte e Nordeste e a estiagem no Centro Sul; e a ferrugem asiática, praga que se alastrou e reduziu a produtividade das lavouras.
A expectativa, feita no início do ano, de recorde de 60 milhões de toneladas, recuou para 56 milhões. E técnicos pessimistas já acreditam que a safra poderá ser menor que a de 2003, que ficou em 52 milhões de toneladas.
— A expectativa negativa deixou o mercado tenso. Os produtores, então, seguraram os estoques e as cotações inflaram, num clima de especulação. Outro fato que influenciou foi a compra maior da China — explicou Paulo Rosset, analista de commodities da Global Invest
Demanda da China pressiona preços
A alta do café no mercado internacional indica uma recuperação, após dois anos e meio de queda (entre 2000 e 2002). Com a produção maior em 2003 (48 milhões de sacas), os preços se mantiveram no mercado interno. A safra menor este ano ( 32 milhões de toneladas) já elevou as cotações. Na Bolsa da alimentos do Rio, o quilo do produto saltou de R$ 5,4 para 6.
— A saca de café torrado, que custava R$ 65 há um ano, está saindo por R$ 150. O aumento lá fora refletiu a produção menor e a procura maior da China. O repasse ao varejo deve chegar a 25% — disse Américo Satto, fabricante do café Floresta, sócio da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic).
No caso do trigo, as indústrias reclamam da alta de 15% em março. Com a pressão na Bolsa de Chicago, os produtores da Argentina, principais abastecedores de nosso mercado, subiram as tabelas de US$ 152 para até US$ 168 a tonelada. Mesmo com a safra maior, os produtores brasileiros seguiram a tendência e elevaram a cotação de R$ 450 para R$ 520.
— O mercado internacional ficou nervoso e se refletiu aqui. O preço do macarrão deve subir de 3% a 5% para o consumidor — previu Aluísio Quintanilha, vice-presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Massas (Abima).
Fonte:
O Globo
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/387187/visualizar/
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