Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Terça - 16 de Março de 2004 às 11:41
Por: Onofre Ribeiro

    Imprimir


Neste ano as eleições municipais vão cobrar de todos nós uma reflexão sobre a gestão das cidades. Foi-se o tempo em que os candidatos chegavam com propostas prontas elaboradas Deus sabe onde, chamando-as de programa de governo. Freqüentemente eram produzidas dentro de círculos fechados e jamais representavam os anseios das comunidades.

Os tempos atuais são de recursos públicos escassos, fiscalizados pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pela sociedade que a cada dia mais mostra que não está disposta a tolerar o mau uso e o desperdício de dinheiro. É tempo para se começar a prática de um novo modelo de gestão pública das cidades.

Nesta eleição os especialistas afirmam que a sociedade espera uma nova visão da gestão pública. Logo, exigirá dos candidatos que defendam valores e não mais os interesses político-partidários individuais, de grupos ou de partidos. A sociedade quer saber como será a responsabilidade do candidato com a gestão municipal, e como será o seu tratamento com o bem comum. Assim, pode-se elencar basicamente quatro tipos de governo que a população enxerga e vai definir o seu voto nas eleições deste ano:

1- que seja um governo solidário – respeite os valores sociais e valorize a vida;

2- que seja um governo educador – comprometido, de fato, com a educação;

3- que seja um governo empreendedor – que facilite a vida das empresas e estimule o empreendedorismo;

4- que seja um governo prestador de serviços públicos de qualidade – que é o mínimo que se espera de um governo-cidadão.

Está claro que a sociedade deseja ter um governo voltado para as pessoas. Tão simples, mas é exatamente isso que os governos municipais não têm conseguido realizar.

Logo, o que se espera nos planos de governo, é que eles representem um pacto com a comunidade. A partir daí o debate eleitoral passa a ser travado sobre a forma de implementação do programa de governo, através de forte interação com a sociedade. O saldo deve ser o compromisso de uma gestão compartilhada entre o poder municipal, as organizações e as empresas mediante a realização de parcerias, além de assegurar a sua continuidade depois da eleições. Só assim pode ser que os interesses coletivos prevaleçam sobre os interesses privados.

Aqui, abre-se um ponto novo de discussões: a busca por maior racionalidade na gestão pública leva, inevitavelmente, à necessidade de haver uma integração entre o planejamento e a gestão. O planejamento estratégico e a gestão devem ser compartilhados com a sociedade.

Encerro este artigo que se propõe a produzir alguma reflexão, com uma frase do ex-governador de São Paulo, Franco Montoro, que define bem a importância da gestão compartilhada dos interesses do poder público com a sociedade: “Se a democracia é o governo do povo, onde está o povo? Na União? No estado? Não. Ele está no município. É ai que está a população!”.




Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/387304/visualizar/