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Educação/Vestibular
Terça - 02 de Março de 2004 às 13:48
Por: Rubens de Souza

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O movimento de paralisação dos professores da rede estadual de ensino, que começou nesta segunda-feira, radicalizou geral. A decisão liminar da juíza plantonista Marilsen Andrade, da Vara da Fazenda Pública, em favor do Governo do Estado considerado a greve ilegal, acirrou os ânimos. Na assembléia-geral que a categoria, todos os impropérios foram ditos e que podem ser sintetizados numa frase do presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Júlio César Viana: “A Justiça de Mato Grosso não tem moral para falar em ilegalidade”.

O termo “ilegal” foi atribuído pelos professores a outros problemas. Por exemplo: “Ilegal é ficar os estudantes 13 dias sem receber o passe para ir às escolas”. Outro: “Ilegal é ter que conviver com a miséria salarial”. E por ai foi, bem ao estilo das já conhecidas greves dos professores da rede estadual de ensino. Foram tantas as críticas contra a decisão judicial que o presidente do Sintep já teme pelo pior: “Sei que eu posso pagar pelo que estou falando” – disse.

A greve, neste momento, no entanto, pode não prosperar em função da decisão da Justiça. Pode ser que acabe minguando pela própria direção sindical, preocupada com a multa imposta pelo Justiça em caso de paralisação. Contudo, o vírus da insatisfação já foi espalhado e contaminou a categoria. Hoje, mais de mil professores participaram da assemblái-geral na Praça Alencastro, centro de Cuiabá. A Rua Pedro Celestino foi interditada. De lá, a categoa segue para protestar na Assembléia Legislativa.

Em verdade, protestar não é bem o termo. Com a decisão judicial, os profissionais do ensino de Mato Grosso vão tentar abrir um canal de discussão com o Governo. Até porque a secretária de Educação, Ana Carla Muniz, já anunciou que o problema fugiu a competência do Governo. Em outras palavras: os profissionais voltam para a sala de aula e seguem com o ano letivo ou as providências serão no campo legal. "O Judiciário entendeu que não existem motivos para que os servidores da educação façam uma greve. Caso o sindicato queira discutir um percentual, deve agora entrar na Justiça", explicou o procurador-geral do Estado, João Virgílio Sobrinho.

A decisão de recorrer à Justiça mostrou, por outro lado, as armas do Governo. O próprio governador Blairo Maggi, ao falar sobre o emperramento das negociações, admitiu que estaria buscando os caminhos que considerava adequada para manter o ensino funcionando. Contudo, nem mesmo o Sintep, a julgar pela reação atual, esperava que o Executivo fosse lançar mão do instrumento legal e que prevaleceria o diálogo e as negociações.




Fonte: 24 Horas News

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