O ministro da Educação, que pertence à ala esquerda do Partido Socialista francês no poder, considerou no domingo à noite durante uma transmissão denominada "Todos políticos" (organizada pela emissora France Inter, pelo jornal Le Monde e pela AFP) que a descriminalização da maconha pode ser uma forma de lutar contra o tráfico de drogas que atinge os subúrbios populares, e expressou seu desejo de que se debata a respeito.
"A questão está levantada, e eu desejo que se possa avançar serenamente" neste debate, disse Peillon. O chefe de Governo contradisse nesta segunda-feira seu ministro da Educação, mas nada conseguiu silenciar as críticas da oposição de direita sobre a "cacofonia" da equipe governamental.
O presidente François Hollande já havia descartado a hipótese da descriminalização, defendida por diversas personalidades de esquerda e já levantada em junho pela ministra de Habitação, a ecologista Cécile Duflot.
François Fillon, ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy e um dos principais dirigentes do partido de direita UMP, considerou nesta segunda-feira que as declarações de Peillon são "irresponsáveis e perigosas".
Fillon ironizou ao mesmo tempo a "cacofonia governamental", afirmando que é uma prova do "amadorismo" do governo. Jean-François Copé, secretário-geral da UMP, intimou François Hollande a "resolver" o debate imediatamente. A resposta veio do primeiro-ministro. "Não haverá descriminalização da maconha", afirmou em um comunicado.
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