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Segunda - 30 de Novembro de -0001 às 00:00
Por: ANA ROSA FAGUNDES

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Com o afastamento do diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, Mato Grosso perde o principal cargo que tinha no governo federal. Ele estava no órgão desde 2007, quando chegou por indicação do então governador Blairo Maggi (PR), hoje senador.

Pagot disse ontem que deverá ser chamado hoje para uma reunião na Presidência. Em conversa com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ela o informou de que por conta da viagem da presidente Dilma Rousseff (PT) a Minas Gerais para o velório do ex-presidente Itamar Franco, Pagot e outros membros do PR deverão ser chamados hoje no Palácio para uma reunião.

O cargo que Pagot ocupava era o único do alto escalão do governo federal como representante de Mato Grosso. Os outros postos, como o do ex-deputado federal Carlos Abicalil (PT), de secretário do ministério da Educação, não têm autonomia financeira.

Conforme reportagem divulgada pela revista Veja, membros do Ministério do Transportes são acusados de cobrar propina dos seus fornecedores e de empresas para que elas tenham sucesso em licitações. O valor da propina, segundo a reportagem, é de 4% em cima do valor do contrato. O dinheiro iria para o PR.

Depois da divulgação da reportagem, ainda no sábado a Presidência anunciou o afastamento de funcionários do alto escalão do Ministério dos Transportes para que seja realizada uma sindicância, que será conduzida pelo ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Apesar da pressão para que ele também “caia”, a Presidência está blindando o ministro.

Além de Pagot, também foram afastados o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, o chefe de gabinete do Ministério, Mauro Barbosa Silva, e o assessor Luís Tito Bonvini.

Questionado se achou o afastamento desnecessário, Pagot afirmou que não existe afastamento. Embora o anúncio tenha sido no sábado pela Presidência, Pagot se mostrou resistente à situação. Segundo ele, não houve nenhum “ato oficial” determinando esse afastamento. “Não teve afastamento. O que houve foram notícias pela imprensa. Eu estou aguardando uma manifestação do ministro dos Transportes e uma orientação da Casa Civil. Antes disso, nem tenho muito o que comentar”, disse Pagot.

Apesar disso, ele defendeu o Dnit afirmando que não existe nenhum tipo de esquema de superfaturamento ou cobrança de propina, como denunciado. “Não tem nada disso, o Dnit está cumprindo com suas responsabilidades”, disse Pagot.

Pagot chegou ao Dnit em 2007, por indicação de Blairo Maggi. O Departamento é uma das autarquias com maior orçamento do governo federal. Antes ele era homem- forte do governo Blairo e foi secretário de Educação e chefe da Casa Civil.

O senador foi procurado insistentemente pela reportagem, mas estava com os celulares desligados. Ele participou ontem no final da tarde de uma reunião da bancada do PR e outros lideranças do partido com o ministro Alfredo Nascimento.

O presidente do PR em Mato Grosso, deputado federal Wellington Fagundes, também não atendeu aos telefonemas e informou, por meio de assessoria, que a direção nacional do partido responderia pelos assuntos ligados à situação.





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