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Cidades/Geral
Sexta - 24 de Janeiro de 2014 às 08:56
Por: GUSTAVO NASCIMENTO

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Reprodução
Sistema de freios falhou e motorista se viu obrigado a lançar o veículo num barranco e minimizou o acidente
Sistema de freios falhou e motorista se viu obrigado a lançar o veículo num barranco e minimizou o acidente

O acidente com um ônibus da empresa Expresso Rubi, na manhã desta quinta-feira (23), expôs a precariedade do transporte intermunicipal entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães (68 km da Capital). A empresa está com o contrato vencido, atuando de maneira emergencial e com ônibus irregulares. 

O impasse do transporte intermunicipal de Mato Grosso já dura mais de dois anos. Uma briga judicial congelou o processo de licitação, o que não permitiu que as vencedoras do leilão das linhas assumissem o serviço, mas também limitou a possibilidade das antigas concessionárias investirem na frota. 

O acidente aconteceu perto do “Portão do Inferno”. Sem freio, o motorista precisou jogar o veículo num barranco. De acordo com uma passageira, a cantora e artesã Jô Rodrigues, de 29 anos, moradora de Chapada, esta não foi a primeira vez que um ônibus da linha teve que fazer a manobra para evitar um desastre maior. Segundo ela, somente neste ano, quatro ficaram sem freio na rodovia. 

A cantora, que faz o trajeto ao menos três vezes por semana, se mostrou indignada com a condição dos veículos. “Os ônibus estão caindo aos pedaços. Não tem ar-condicionado, as janelas não abrem ou estão quebradas, os bancos enferrujados, não tem acessibilidade e sequer cinto de segurança.” 

De acordo com o motorista de ônibus da Expresso Rubi, Sebastião Freitas Carnaúba, na última semana um incidente similar aconteceu com um colega da empresa, no município de São José do Rio Claro (299 km da Capital). Ele afirmou que os funcionários constantemente reclamam dos veículos para a empresa, porém a situação continua a mesma. “É um descaso com os passageiros e com a gente. Todos nós corremos riscos de vida”. 

Conforme o motorista, há 14 anos ele faz uma média de até seis viagens por dia entre os municípios. Ele explicou que vinha de Chapada para Cuiabá quando o freio começou a falhar, próximo a região do Portão do Inferno, onde há um precipício de mais de 50 metros. 

Para evitar que o veículo fosse de encontro ao paredão, Sebastião jogou o carro do outro lado da via. O ônibus ficou preso e os passageiros precisaram sair pelas janelas. Ninguém ficou ferido. Uma passageira passou mal e precisou ser levada para o Pronto-Atendimento de Chapada dos Guimarães, mas passa bem. 

Segundo o diretor regulador de Transporte e Rodovias da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager), Jossy Soares, atualmente apenas a Expresso Rubi pode fazer o trajeto da MT-251. Ele afirmou que a idade da frota é considerada avançada, porém como a licitação do transporte intermunicipal estava sub judice a empresa firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para atuar de maneira emergencial. 

Como as linhas são concessões públicas, um investimento das empresas implicaria em um prejuízo após deixarem de realizar as linhas, o que acarretaria em novos processos judiciais contra o Estado, pedindo indenização pelo investimento. “O Estado não pode cobrar que a empresa invista na compra de ônibus novos, por isto esta situação.” 

Apesar da precariedade, ele informou que os veículos da empresa estão com a vistoria em dia. Conforme o diretor, o impasse com as licitações também está resolvido e em 60 dias, a vencedora do leilão linha, a União Transportes, vai assumir o serviço. 

A reportagem tentou falar com representantes da Expresso Rubi, porém as ligações não foram atendidas. 





Fonte: Do Diário de Cuiabá

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