Delegado aponta queda de 65% nos ataques a caixas eletrônicos em MT
Arrombamento caixa Nova Mutum 1 (SN) O número de ataque a caixas eletrônicos, em 2013, reduziu 64,78% em relação a 2012. No ano passado, a Polícia Judiciária Civil registrou 25 ocorrências em terminais de autoatendimentos no Estado de Mato Grosso, 16 ficaram na tentativa de violar os equipamentos para levar o dinheiro. Em 2012 foram 71 ocorrências da natureza e 106 arrombamentos em 2011.
Assim como em anos anteriores, os números mostram que os grupos criminosos agiram mais no interior do Estado. Foram 16 ocorrências em cidades do interior, seis em Cuiabá e três em Várzea Grande. Em 18 ataques, os bandidos usaram artefatos explosivos e em sete empregaram o maçarico. Os bancos mais atingidos foram o Brasil, Bradesco, Santander e a Cooperativa de Crédito Sicredi. Apenas 9 das 25 ocorrências foram consumadas.
Os casos de explosões e arrombamentos de terminais de autoatendimento são encaminhados a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), em Cuiabá, que centraliza os dados e faz o cruzamento das ocorrências com ações de quadrilhas que agem em Mato Grosso e outros estados da federação.
Para o delegado titular do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, o trabalho de inteligência e a integração com as polícias de outros estados ajudaram a reprimir os roubos e furtos contra as instituições financeiras dentro e fora de Mato Grosso, levando a prisão de integrantes das quadrilhas. “Além da intensificação na repressão sobre as quadrilhas e o monitoramento de seus integrantes, também tivemos redução grande de caixas em pontos vulneráveis, como também a diminuição do numerário existente nos caixas, o que torna o custo benefício da ação criminosa menos atraente”, destaca.
Apreensões de explosivos, como as 104 bananas de emulsão explosiva, equivalente a 208 quilos aproximados, recuperadas em Nobres (146 km a Médio-Norte), no dia 26 de junho do ano passado, e o endurecimento da fiscalização do Exército Brasileiro as empresas que utilizam o produto, são também apontados como fator para a redução das explosões. “A apreensão de explosivos ajudou muito e a ação do Exército Brasileiro nas fiscalizações dos explosivos tornou mais difícil o acesso clandestino aos explosivos”, salienta o delegado.
Stringueta explica que nos últimos três anos as quadrilhas vem perdendo “investimento” na modalidade delituosa, uma vez que mais da metade dos ataques nesses anos não tiveram êxito. Isso, conforme o delegado, se explica pela iniciação de novos bandidos na atividade. “Acredito que são iniciantes e mais desqualificados, motivo da grande maioria das ações frustradas. Ao mesmo tempo em que estão se adaptando estão desistindo porque não é uma tarefa fácil. A logística é cara e o que foi retirado dos caixas no ano passado certamente frustrou as quadrilhas ”, analisa.
Com as ações de enfrentamento adotadas pela polícia e pelos bancos, as quadrilhas que atuavam em Mato Grosso migraram para outros estados e com o intercâmbio de informações foram presas. “As prisões foram feitas em Mato Grosso do Sul, Rondônia, Amapá, Maranhão, Pará e Tocantins. Isso também influenciou nos ataques e demonstram que essas quadrilhas desistiram de atuar em Mato Grosso”, finaliza o delegado Flávio Henrique Stringueta.
Caixeiros presos - 43 pessoas com ligações em ataques de caixas eletrônicos foram presas em Mato Grosso ano de 2013, em cumprimento de mandados de prisão. Em uma das operações, a “Implosão”, a Gerência de Combate ao Crime Organizado prendeu 25 membros de uma organização criminosa envolvida em pelo menos 25 ataques a terminais dos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Mato Grosso do Sul. A operação foi realizada em seis estados em março passado e ao final do inquérito policial 35 pessoas foram indiciadas.
Em dois anos, as investigações identificaram cerca de 50 pessoas envolvidas em ataques a terminais de autoatendimento ocorridos no Estado de Mato Grosso. “Eram pessoas que atuavam não só aqui em Mato Grosso como nos estados vizinho”, disse o delegado chefe do GCCO, Flávio Henrique Stringueta.
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