Familiares reclamam de falhas no atendimento à saúde dos presos Justiça identificou falhas no atendimento e precariedade em presídio de MT. Sejudh informou que vai contratar médicos e designar 4 para Rondonópolis.

A Justiça identificou falhas no atendimento à saúde dos presos da Penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, mais conhecida como Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá. De acordo com a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), há dificuldades na contratação de médicos e informou que, assim que os profissionais forem contratados, quatro serão encaminhadas para atuar na unidade, sendo dois psiquiatras.

Familiares dos detentos denunciam a falta de estrutura na unidade. A dona de casa Ritiane de Souza disse que o irmão, um dos 700 reeducandos condenados que cumprem pena na unidade, precisa de tratamento ortopédico, mas que não consegue a liberação para levá-lo a um hospital. "Ele tem que passar pelo médico daqui [da penitenciária] e conseguir um laudo para marcar com um ortopedista e fazer a cirurgia no pé, mas não consegue e até febre ele tem por causa disso", reclamou. 

O diretor da Penitenciária, Ailton Ferreira, afirmou que quando não é possível fazer o procedimento que o caso requer o detento é encaminhado para uma unidade de saúde. "Tem um servidor que faz todo esse trabalho de marcar consulta", disse.

 Outras reclamações foram feitas pelos detentos à juíza da 4ª Vara de Execuções Penais de Rondonópolis, Tayana Araújo, durante visita à penitenciária. Durante a inspeção, a juíza fez um alerta sobre a saúde dos detentos. Quem precisa de atendimento psiquiátrico na Mata Grande deve ser encaminhado para Cuiabá. "Em Rondonópolis não temos psiquiatras forenses e, mesmo em Cuiabá, estamos enfrentado dificuldade", pontuou.

A magistrada foi ao local a pedido dos reeducandos. Eles querem revisão das penas. Hoje, são mais de 3 mil processos na Vara de Execuções Penas da cidade. "Eles deveriam ir para o semiaberto ou para uma colônia agrícola, saindo para o trabalho externo. Mas como no sistema nós não temos, eles já vão para a prisão domiciliar, sendo que muitos ainda não estão em condições", avaliou a magistrada.

A estrutura do presídio preocupa e tem sido alvo de várias denúncias protocoladas no Ministério Público Estadual (MPE). Uma delas virou ação penal e, no ano passado, o estado foi condenado a fazer uma reforma geral, que ainda não foi iniciada.