Marcelo Barreto diz que obrigação da Fifa é respeitar país e manifestações
Os protestos contra a realização da Copa do Mundo no Brasil, realizados nas 12 cidades-sedes da competição, no último fim de semana, tiveram grande repercussão, principalmente em São Paulo, onde um jovem manifestante de 22 anos foi baleado por policiais. Em nota nesta segunda-feira, a Fifa disse respeitar a liberdade de expressão e acreditar nas autoridades brasileiras para cuidar da segurança. No “SporTV News”, o apresentador Marcelo Barreto lembrou que a Fifa tem obrigação de respeitar a livre manifestação, e citou o poder “soberano” da entidade diante das leis do país.
- Isso não é nada mais, nada menos, que uma obrigação da Fifa, ela tem mesmo que respeitar as autoridades brasileiras no sentido do combate, até porque a Fifa não tem poder de polícia, não pode intervir. Se aceitou fazer a Copa do Mundo no Brasil, precisa aceitar que os brasileiros possam se posicionar contra a Copa do Mundo, afinal, como publicou em reportagem um jornal alemão, esta é a primeira democracia que se levanta de alguma maneira, não ela inteira, mas partes da sociedade, contra esse poder soberano da Fifa, que parece até ser maior do que o poder soberano dos próprios países - afirmou.
Os protestos foram convocados por redes sociais, e em São Paulo houve vandalismo e confronto com a polícia no centro da cidade. Ao todo, 127 pessoas foram detidas e um manifestante acabou baleado por policiais. Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos, está internado em estado grave.
Mas o jornalista lembrou que, enquanto as autoridades se mostram incompetentes na organização da Copa do Mundo, com atrasos em obras de estádios e de aeroportos, por exemplo, a sociedade civil também precisa exercer o seu papel, já que muitos sonham em faturar alto com a competição, cobrando preços muito acima do normal.
- A incompetência das autoridades já é flagrante. O Brasil corre o risco, por exemplo, de não entregar um dos 12 estádios, ou entregá-lo em condições precárias. Mas também tem que ser dado destaque ao papel da sociedade civil. Tem gente querendo cobrar por uma ambulância, que normalmente custa R$ 3 mil para atuar durante um jogo, R$ 15 mil porque é Copa, é hora de faturar. Se as autoridades estão sendo incompetentes, a sociedade precisa dar o exemplo de competência e honestidade na organização da Copa do Mundo – enfatizou Marcelo Barreto.
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