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Copa 2014
Terça - 28 de Janeiro de 2014 às 20:13

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Depois de um inédito sétimo lugar na Copa do Mundo da Alemanha, em 1990, a seleção de Camarões chegou aos Estados Unidos, quatro anos depois, mais conhecida pelos adversários, mas o resultado foi bem diferente. O time conseguiu apenas um ponto e terminou a primeira fase na lanterna do grupo, sendo eliminado do Mundial. No segundo jogo, Camarões enfrentou aquele que seria o time campeão do mundo: Brasil. A equipe de Parreira não deu chances e venceu por 3 a 0. O que poucos sabem é que o que se passou nos bastidores do time africano.

Em passagem pela capital camaronesa de Douala, o programa “Futebol, uma viagem”, encontrou um personagem daquele jogo com o Brasil, no dia 24 de junho de 1994. O goleiro Bell contou que os políticos quase o tiraram do jogo, mas o grupo se reuniu e garantiu sua presença. Mas, para resolver o impasse interno, o que não se discutiu foi a forma de parar o Brasil.

- Nossos dirigentes não gostavam de mim, o problema era todo comigo. Naquela manhã, o treinador (francês Henri Michel) me disse na frente dos outros dois goleiros, que estavam tomando café comigo: "Olha, não pensei que isso fosse acontecer, mas aconteceu. Seu país não quer que você jogue. Claro que eu queria, você é o número um, teria de jogar, mas eles não querem. E porque eles disseram que é uma decisão do seu país, e eu não sou do seu país, então eu estou forçado a implementar essa medida" - contou o goleiro Bell.

A solução em defesa do jogador partiu daqueles que herdariam o seu lugar na meta camaronesa. Os goleiros reservas convocaram uma reunião e momentos antes do jogo a vaga de Bell foi confirmada em campo, como conta o próprio ex-jogador.

- Como nós já havíamos dito antes no grupo que não queríamos que eles se envolvessem, os dois goleiros chamaram todo o resto do time para o meu quarto para dizer que tínhamos um problema. “O treinador acaba de dizer isso”. Então o time disse: "Não, se Joseph Antoine Bell não jogar, nós não vamos jogar". Assim tivemos uma reunião de uns 45 minutos e, quando saímos, o técnico estava esperando com outros membros da comissão técnica, os ministros e todos os dirigentes. Quando chegamos, o treinador perguntou: "Porque vocês estão atrasados? Se todos vocês estão 45 minutos atrasados, significa que estão vindo do mesmo lugar. O que aconteceu?". Aí o Roger Milla assumiu o papel e contou a ele o que estava acontecendo. "Se ele não jogar, nós não vamos jogar". Então o técnico pegou a lousa e mostrou para ele: "Este é o meu time, o que significa que concordo com vocês, e podemos ir, estamos atrasados". E assim fomos enfrentar o Brasil sem conversar ou falar uma palavra sobre tática, nada - relembrou.

Com Bell, no gol, o Brasil abriu o placar diante do Camarões aos 38 minutos do primeiro tempo com Romário. Com 20 minutos do segundo tempo, o zagueiro Márcio Santos aplicou, e Bebeto definiu o placar oito minutos depois. O jogador camaronês lamentou o “azar”.

- Quando você tem azar no futebol significa que você atraiu a má sorte para você. E foi exatamente isso o que aconteceu naquele jogo. No fim, não pudemos culpar ninguém porque sabemos, como esportistas, que o que você faz no campo é importante, mas o que você faz antes do jogo é ainda mais importante. A maneira como você se prepara para um jogo é muito importante, porque você vai jogar da maneira como você se preparou - concluiu.





Fonte: Sportv

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