Política indiana insinua que mulheres convidam homens ao estupro Asha Mirje alegou que "estupros acontecem por causa das roupas de uma mulher"
Uma política e ativista indiana disse que mulheres vítimas de estupro podem ter atraído os ataques por suas roupas e comportamento, alimentando um debate nacional sobre uma série de incidentes de violência sexual.
Em uma reunião na terça-feira (28), Asha Mirje, uma líder do partido Congresso Nacional Indiano no Estado de Maharashtra, no oeste, questionou por que uma estudante de fisioterapia de 23 anos, que foi estuprada por uma gangue dentro de um ônibus em Déli em 2012, estava na rua tarde da noite.
A estudante morreu em decorrência dos ferimentos, e milhares de pessoas foram às ruas em manifestações por todo o país contra os casos de estupros e ataques sexuais no país.
Desde então, a mídia indiana ressaltou uma série de incidentes chocantes, o mais recente deles envolvendo uma mulher de 20 anos que disse ter sido estuprada por um grupo em uma área rural de Bengala Ocidental, no sul do país, sob ordens de um tribunal do vilarejo na semana passada.
Mirje, que é membro da comissão estadual para mulheres, disse em referência ao ataque de Déli: "Nirbhaya tinha mesmo que ir ver um filme às 23h com sua amiga?".
"Nirbhaya", palavra hindu que significa ‘destemida', foi adotada por grande parte da mídia indiana como nome da vítima.
Ela ainda comentou o estupro coletivo de uma fotojornalista que fazia um trabalho em um moinho desativado em Mumbai no ano passado, perguntando por que a vítima foi a um local tão isolado.
"Estupros acontecem por causa das roupas de uma mulher, seu comportamento e sua presença em locais impróprios", disse a política. As mulheres têm que ser "cuidadosas e se perguntar se estão induzindo o ataque", afirmou.
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