Cafeicultores decidirão em março se entregam produto ao governo
No início do mês, quando os preços do café de boa qualidade - no mesmo padrão que poderá ser entregue à Conab - estavam entre R$ 320 e R$ 330 por saca, muitos produtores prefeririam vender no mercado físico, para receber à vista. O preço de referência da Conab para o café arábica nas opções é de R$ 343 por saca. Mas a operação tem custos, como os relativos ao depósito do produto e impostos. Por isso, em um patamar próximo dos R$ 343 seria mais vantajoso vender no mercado. Mas se o preço cair e continuar nos patamares atuais de R$ 300 ou menos, é mais vantajoso entregar o café à Conab, dizem corretores e representantes do setor. "Pelo andar da carruagem, vão entregar tudo [à Conab]", afirma Edson Koshiba, da Pleno Corretora de Café, de Patrocínio, no Cerrado Mineiro.
Na região de Patrocínio, por exemplo, a saca do café fino valia R$ 300 na quinta-feira, ante R$ 260 a R$ 270 no início de dezembro de 2013 e R$ 320 a R$ 330 no início deste mês. A decisão de exercer ou não a opção deve ser tomada em março, diz Lúcio Dias, superintendente comercial da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), no Sul de Minas, a maior do país. Segundo ele, como a Conab não tem armazéns suficientes para receber todo o volume (foram feitos leilões de opções para 3 milhões de sacas de café), as cooperativas disponibilizam seus armazéns para receber o produto com a supervisão da Conab.
A operação envolvendo as opções é "trabalhosa e custosa" e, caso a situação do mercado se inverta desestimulando a entrega à Conab, o trabalho de preparar os armazéns é perdido e seu custo é repassado aos produtores, segundo Dias. Por isso, a Cooxupé fez um acordo com seus cooperados entre outubro e novembro e pagou R$ 290 por saca de café que poderá ser entregue à Conab - um volume de 620 mil sacas. Os R$ 53 de diferença por saca entre os R$ 343 do preço de referência das opções e os R$ 290 pagos pela cooperativa referem-se aos juros de antecipação do dinheiro e outras taxas. Se o preço subir acima dos R$ 343, e o café não for entregue à Conab, a cooperativa pagará uma diferença ao produtor (sobre os R$ 290 já acertados).
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