Detentos da PB passam a criar peixe para consumo próprio na prisão
Detentos da Paraíba passaram a criar peixes para consumo próprio dentro da prisão. O projeto de piscicultura está funcionando de forma experimental na Penitenciária de Segurança Máxima Criminalista Geraldo Beltrão, em João Pessoa, e segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) deve ser estendido para outras unidades prisionais do estado. A iniciativa é tratada como medida de ressocialização.
O projeto está sendo desenvolvido através de uma parceria entre a Administração Penitenciária e a Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado. De acordo com o secretário da Seap, Wallber Virgolino, a ideia nasceu do diretor da Geraldo Beltrão, João Rosas. “Ele viu que o sistema penitenciário investia em todos os ramos, mas não investia na piscicultura e o apenado tinha a possibilidade de ser instruído nesse campo”, explicou.
Um primeiro tanque foi construído de forma experimental pelos presos da unidade e já recebeu alevinos. O próximo passo é a construção de dois novos espaços para que o projeto possa começar a funcionar de forma efetiva, o que deve acontecer em fevereiro.
“Vinte apenados irão participar do projeto inicialmente, também pensamos em estender para outros presídios para que o sistema penitenciário se torne autosuficiente na produção de peixes e, além disso, capacitar o apenado no campo da piscicultura, para que ele possa ter conhecimento de como alimentar o peixe, tratar doenças, tratar a água e principalmente como fazer venda”, ressaltou Virgolino.
A Secretaria da Pesca participa do projeto com o fornecimento de alevinos e de ração e também entrará com a capacitação para os apenados participantes da iniciativa. “A ideia não só instituiu a troca de trabalho pelo que vão consumir na sua alimentação, como dá a eles [presos] a oportunidade de aprender um novo ofício. Precisamos pensar nossos presos a um longo prazo, pois todos um dia irão sair dali”, afirmou o secretário da Pesca, Sales Dantas.
Além de servir para o consumo dos presos, os peixes produzidos na penitenciária também podem ir parar na mesa dos estudantes da rede estadual de ensino. Segundo o secretário da Pesca, o excedente de produção será revertido em merenda, como forma de baratear os custos com a alimentação dos alunos e também melhorar a carga nutricional.
Para o secretário Wallber Virgolino, a iniciativa é importante para a ressocialização dos presos. “A Paraíba vem expandindo os projetos no campo da ressocialização, a gente tá tentando atingir todas as áreas para que o apenado tenha conhecimento e assim sua reintegração social aconteça de maneira mais fácil, mais rápida”, pontuou.
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