Tribunal não investiga roubo em casa da família de juiz Comitê de Segurança acompanha trabalho da Polícia; crime ocorreu no Belvedere
O Comitê de Segurança do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, que atua na proteção de magistrados, não irá investigar o assalto ocorrido, na semana passada, na residência da família de um juiz que atua em Cuiabá, no Condomínio Belvedere.
O caso ficará sob a responsabilidade da Polícia Judiciária Civil.
De acordo com a desembargadora Maria Erotides Kneip Baranjak, que preside o Comitê de Segurança, o Judiciário apenas vai acompanhar o trabalho da Segurança Pública.
O motivo, segundo ela, é que não se trata de crime praticado “contra magistrado em decorrência do exercício regular da profissão”.
“O caso está com a Polícia Civil, que está fazendo todo o possível para solucioná-lo”, informou a desembargadora.
O assalto
No último dia 28 de janeiro, a família de um juiz de Direito foi assaltada no condomínio horizontal Belvedere, na região Sul da Capital.
Três bandidos armados mantiveram cinco pessoas da família amarradas por cerca de duas horas, enquanto roubavam joias e equipamentos eletrônicos.
Segundo uma das vítimas, os ladrões entraram no condomínio por uma manilha, que fica em frente à casa, utilizada para escoamento de água.
As vítimas foram um aposentado, sua esposa e duas filhas, entre elas, a esposa do magistrado.
Segundo o Boletim de Ocorrência da Polícia Civil, ao qual o MidiaNews teve acesso, o sogro do juiz, um aposentado de 63 anos, desceu as escadas do sobrado e foi até a cozinha, para tomar seus remédios diários, quando foi surpreendido pelas costas. Um dos bandidos lhe aplicou uma “gravata”.
Com a movimentação, o aposentado deu um grito e sua esposa desceu até a cozinha, preocupada, porque o marido já sofreu um ataque cardíaco.
Os bandidos então disseram que sabiam da existência de um cofre e de joias. O aposentado negou, e disse que não havia cofre e poucas joias na casa.
Segundo o B.O., os bandidos amarraram o casal com cabos de energia e panos e, por várias vezes, apontaram armas para suas cabeças.
Neste meio tempo, a sogra do aposentado chegou à cozinha, porém, devido a idade avançada, e a incompreensão do que estava ocorrendo, não foi perturbada.
Dois homens subiram as escadas, renderam as filhas do aposentado, as amarraram e as trancaram na dispensa. Em seguida, eles reviraram a casa em busca de joias e objetos de valor.
Segundo o aposentado, os ladrões insistiam que havia um cofre na residência, pois haviam recebido informação a respeito.
Ao longo do assalto, os bandidos receberam várias ligações em seus celulares. Um deles chegou a dizer “amorzinho, eu estou trabalhando no Belvedere” e, em seguida, afirmou “eu não estou drogado”.
Em outra ligação, um bandido disse "que a informação recebida (sobre joias) era furada".
Os homens também falavam que tinham subornado o porteiro do Belvedere e precisavam de R$ 200,00 para entregar a ele.
Após os homens subirem as escadas, minutos depois houve um silêncio. Enquanto isso, o casal conseguiu se desamarrar e quando verificaram, a casa já estava vazia. Ninguém ficou ferido.
No total, os homens levaram dois notebooks, um relógio de pulso, 300 dólares, 400 euros, três celulares, máquinas fotográficas, um anel de formatura com rubi, um brinco de rubi, uma aliança com dez diamantes, um anel H. Stern, várias unidades de perfumes e tequilas.
Pistas
O crime está sendo investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos da Capital. Os policiais investigam dois suspeitos, cujos apelidos podem levar à qualificação (os nomes completos), o que pode permitir a identificação por meio de fotografias.
Segundo as informações, na semana passada, o sogro do juiz verificou os álbuns digitais na delegacia, mas não identificou os suspeitos que invadiram a residência.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que os bandidos não sabiam que a residência que eles invadiram era de familiares de um magistrado.
Eles teriam escolhido a casa porque era a mais próxima da manilha pela qual tiveram acesso ao condomínio.
Os policiais fizeram o trajeto utilizado pelos assaltantes e a suspeita é que, após o assalto, eles tenham se dirigido ao bairro Doutor Fábio.
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