OPERAÇÃO ABADOM
Processo sobre delegado muda de Vara Justiça acata pedido da defesa e transfere para a 3ª Vara Criminal de Várzea Grande inquérito envolvendo delegado João Bosco e esposa
A Justiça transferiu para a 3ª Vara Criminal de Várzea Grande o processo envolvendo o delegado João Bosco de Barros e sua esposa, a policial civil Gláucia Alt, que tramitava pela Vara Especializada Contra o Crime Organizado Ordem Econômica e Tributária. A decisão é do Tribunal de Justiça, que julgou apelo dos advogados de defesa do delegado e da policial. Em sua decisão, o TJ considerou incompetente a Vara Contra o Crime Organizado para julgamento do caso. A decisão foi proferida quinta-feira(05).
Com isso, a audiência marcada para dia 17 está cancelada. Com a mudança de Vara, o processo retorna ao início sendo desconsiderado o trâmite na Vara anterior. O casal, indiciado na Operação Abadom, desencadeada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, está em prisão domiciliar. Eles foram denunciados por associação ao tráfico e concussão.
A mudança também desmembrou o processo, uma vez que os quatro policiais denunciados além dos suspeitos de tráfico continuam na Comarca de Cuiabá.
A operação Abadom foi deflagrada no dia 27 de junho com a prisão de 15 suspeitos. Na ocasião, somente o delegado e a policial haviam sido presos. Os outros quatros foram indiciados durante as investigações. Os policiais foram autuados também por corrupção e concussão, além de extorsão.
Do total, quatro já estavam atrás das grades da Penitenciária Central do Estado, de onde enviavam ordens por telefone celular para as ações criminosas ligadas ao tráfico.
Faltava apenas o chefe do esquema – Marco Antonio da Silva, o “Nenem”, preso no início de agosto em São Luiz (MA) durante um evento sertanejo onde estava com a esposa. O delegado Gustavo Francisco da DRE contou com o apoio dos policiais do Denarc do Maranhão para localizar o traficante.
Só que Neném, que na época foi preso por uso de documento falso, acabou sendo liberado e hoje é considerado fugitivo, pois está com a prisão preventiva decretada pela Comarca de Cuiabá.
O casal está em prisão domiciliar desde o dia 6 de novembro. O delegado ficou 18 dias preso na Gerência de Operações Especiais e voltou para casa. A policial, que estava em liberdade, teve a prisão decretada novamente, mas desta vez, domiciliar.
Denúncia do MPE aponta que um grupo de traficantes atuava na capital e em várias regiões do Estado. A quantidade de entorpecente era expressiva e colocava a referida quadrilha como uma das principais distribuidoras de pasta base para outros fornecedores do interior de Mato Grosso.
Consta também que durante a investigação, a pessoa de Volcmar Pires de Barros (velho) – gerente do negócio ilícito de Marco Antônio da Silva - fora sequestrado pelos quatro policiais da Derf, que tentaram durante o período de sequestro obter vantagem ilícita do traficante Marco Antônio sob o argumento de liberação do referido traficante. Eles exigiram R$ 180 mil de resgate, segundo denúncia do Ministério Público Estadual.
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