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Cidades/Geral
Segunda - 17 de Fevereiro de 2014 às 13:09

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Um total de 18% dos atendimentos realizados pelo Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá tiveram como ‘clientes’ vítimas de acidentes com motos nos últimos dois anos. No mesmo período a frota de motocicletas na capital cresceu em 6%. Em 2013, do total de 41.731 pacientes que passaram pela unidade, sendo que 3.665 sofreram acidentes com motos. No ano de 2012, foram outros 43.369 atendimentos e 4.431 acidentes com motociclistas. Nos dois anos, a frota de motocicletas circulantes na capital saltou de 72.243 para 77.069.

Para a comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, major Grasiele Paes, o excesso de velocidade, a imperícia (direção sem possuir a Carteira Nacional de Habilitação) , a imprudência são fatores preponderantes. “O comportamento defensivo pode salvar vidas, mas muitas vezes ele é ignorado pelos condutores”. Somente no ano de 2013, foram registrados pelo Batalhão de Trânsito um total de 5.144 colisões.

As vias com maior concentração de tráfego como Fernando Corrêa da Costa, Rubens de Mendonça (Avenida do CPA), Beira Rio, são as que registram maior índice de acidentes. “Com as intervenções pela Copa do Mundo, o trânsito está mais pulverizado, mas ainda se registra um grande fluxo nessas vias”, cita a major.

Na tentativa de reverter esse cenário, explica a major, a PM e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) deram início a um projeto de pilotagem defensiva. ‘A ideia é a de que os pilotos conheçam os pontos cegos do carro. Não adianta achar que estão sendo vistos pelos condutores. É também preciso saber empregar o freio da moto. “Há pilotos que dirigem como se estivessem usando uma bicicleta, o que incide também em acidentes”, pontua. 

Para a comandante, aos finais de semana – quando o consumo de bebidas é maior - cresce também o número de acidentes. Por isso, ações de fiscalização já são executadas pela unidade. Mantemos uma unidade 24 horas com etilômetro e por meio do Comitê Municipal de Trânsito daremos início a uma grande ação integrada envolvendo a Prefeitura e também o Ministério Público Estadual (MPE).

Triste Experiência 

Três meses de afastamento do serviço em uma empresa de manutenção de computadores em decorrência de fratura no quarto dedo do pé direito, intervenção cirúrgica, risco de amputação, um mês sem conseguir encostar o pé no chão. Essas são algumas das consequências sofridas pela técnica em informática A.O., de 36 anos, que há em 17 de fevereiro de 2013 sofreu um acidente de moto no bairro Santa Rosa. Ela pilotava sua moto Honda CG1-125 quando foi ‘fechada’ por um automóvel. 

A condutora contou ao Olhar Direto que estava indo para casa no bairro Despraiado e acabou perdendo o controle da moto e se chocou contra uma árvore. “Tive de ser levada para o Pronto-Socorro, fazer cirurgia, fisioterapia, senti muita dor e raiva de tudo isso”, conta.  Ela  ainda relata à reportagem que pilotou um ano sem uso da carteira de motorista, mas que se conscientizou do perigo que corria e providenciou o documento. “Já tenho carteira há 4 anos. Antes eu vivia correndo da polícia, era muito ruim”. Ela ainda orienta “independente de você ter um carro ou uma moto. O respeito é essencial para que você consiga transitar”. 

Custos 

Dados mais recentes divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que em 2011 houve 155.656 internações por acidentes de trânsito, com custo de R$ 205 milhões. Os acidentes de moto corresponderam a 77.113 delas, totalizando gasto de R$ 96 milhões. Atualmente o Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas (Ipea) trabalha em uma nova pesquisa para quantificar os impactos sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas.





Fonte: Olhar Direto

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