Dirceu irá depor sobre uso de telefone dentro da prisão na semana que vem Ex-ministro cumpre pena de sete anos e 11 meses por sua participação no esquema do mensalão

Cumprindo pena por sua participação no processo do mensalão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu irá depor na terça-feira da semana que vem na sindicância que foi aberta pela VEP (Vara de Execuções Penais) após a veiculação da notícia de que ele teria utilizado um telefone celular dentro da prisão. Por conta desse processo, a análise do pedido de trabalho externo feito por Dirceu está suspenso.

A defesa de Dirceu diz que a audiência com seu cliente acontecerá por meio de videoconferência. Procurada, a assessoria do TJ (Tribunal de Justiça) confirmou a informação.

A Justiça investiga se Dirceu teria falado ao celular no dia 6 de janeiro, de dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, James Correia, conforme noticiou o jornal Folha de S. Paulo.

Por estar cumprindo pena no regime semiaberto, Dirceu solicitou à Justiça autorização para trabalhar num escritório de advocacia durante o dia. Com a suspeita do uso do telefone, a VEP suspendeu a análise do pedido do ex-ministro.

Atualmente, Dirceu cumpre sete anos e 11 meses por sua participação no esquema do mensalão. A pena pode aumentar para dez anos e dez meses caso ele seja condenado também pelo crime de formação de quadrilha. A análise dos recursos apresentados pela defesa do ex-ministro a respeito dessa acusação será feita pelo STF a partir da próxima quinta-feira (20).

O caso do celular gerou uma desavença entre ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Durante o recesso judiciário, o ministro Ricardo Lewandowski, então presidente em exercício do tribunal, determinou que o pedido voltasse a ser analisado. De volta das férias e a seu posto de presidente do STF, Joaquim Barbosa revogou a decisão, alegando que o MP (Ministério Público) ainda precisa se manifestar sobre o caso.