Ministério Público pede prisão preventiva de acusados de matar cinegrafista O câmera Santiago Andrade morreu após ser atingido por rojão em uma manifestação no Rio
O MP-RJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) pediu à Justiça a prisão preventiva dos jovens Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa, acusados de estarem envolvidos na morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, ocorrida durante uma manifestação realizada no centro do Rio, no último dia 6.
Eles foram denunciados pela promotora Vera Regina de Almeida por crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado – por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo. Ambos estão presos temporariamente e, se a prisão preventiva for aprovada, continuarão detidos até o julgamento.
Segundo a denúncia, “Fábio e Caio foram caminhando, lado a lado, com camisas enroladas na cabeça, estando Fábio ainda se utilizando de uma máscara à prova de gás, até próximo ao local onde o rojão foi acionado. Fábio, então, entregou o artefato para Caio e se posicionou de forma a poder observar o resultado de sua ação criminosa. Caio colocou o rojão em um canteiro e o acionou, afastando-se correndo do local”.
Outro trecho do documento narra uma divisão de tarefas mantida entre eles, “com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu”.
O MP-RJ ofereceu denúncia à Justiça contra os manifestantes nesta segunda (17). O delegado Maurício Luciano, da Delegacia de São Cristóvão (17ª DP), concluiu as investigações na quinta-feira (13) após colher depoimento de um colega de trabalho de Souza, suspeito de acender o rojão que atingiu o cinegrafista e entregou o inquérito ao MP na sexta-feira (14). Se condenados, Raposo e Souza podem pegar pena de até 35 anos.
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