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Segunda - 24 de Fevereiro de 2014 às 12:57

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CLÁUDIO MORAES
O ex-secretário Eder Moraes, um dos alvos de busca e apreensão da PF
O ex-secretário Eder Moraes, um dos alvos de busca e apreensão da PF

O ex-secretário de Relações Institucionais do Governo de Mato Grosso, o executivo Éder Moraes Dias, tentou enganar a Polícia Federal e atrapalhar as investigações relacionadas a "Operação Ararath", que teve início em novembro do ano passado em Mato Grosso. De acordo com documentos sigilosos obtidos pelo FolhaMax com exclusividade, Éder Moraes tentou "redirecionar o foco das investigações aos seus inimigos políticos, onde ficou patente a deslealdade do pretenso colaborador".

Em ofício encaminhado ao delegado federal de Mato Grosso Wilson Rodrigues, o chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal em Brasília (DF), o delegado Guilherme Augusto Campos Torres Nunes, explica detalhadamente toda "lambança" aprontada pelo ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Copa nas gestões do ex-governador e senador Blairo Maggi (PR) e do governador Silval Barbosa (PMDB).

De acordo com o ofício, o procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado, entrou em contato com o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Élzio Vicente da Silva, informando que um dos investigados na "Operação Ararath", no caso Éder Moraes, "estaria interessado em colaborar com as investigações. 

À época, Paulo Prado designou o promotor do Gaeco (Grupo de Apoio e Combate ao Crime Organizado), Marcos Regenold Fernandes, para conduzir a delação premiada do ex-secretário.

No dia 12 de dezembro do ano passado, foi marcada uma reunião entre o chefe de Inteligência da PF, delegado federal Dennis Carli, juntamente com o promotor Marcos Regenold, que informou que Éder Moraes estaria disposto a "revelar um esquema de desvio de recursos públicos" que aconteceria em vários poderes de Mato Grosso através de empresas ligadas aos investigados na Ararath.

No mesmo dia, após 30 minutos, Éder chegou a sede do Gaeco para participar do encontro. Ele explicou que gostaria de colaborar com as investigações, desde que não aparecesse como delator do esquema. 

"Éder explicou que vai se candidatar nas próximas eleições e não cairia bem para si, em termos eleitorais a delação", explica.

Já no dia 19 de dezembro do ano passado, Éder Moraes e Marcos Regenold se encontraram com o delegado Guilherme em frente a um restaurante em Brasília e os três foram direto para a sede da PF na capital federal. Neste encontro, Éder entregou documentos que supostamente seriam provas contundentes contra investigados durante a "Operação Ararath".

No dia 13 de janeiro deste ano, o promotor Marcos levou novos documentos que teriam sido repassados por Éder a Polícia Federal. No entanto, após análise dos dados, a Polícia Federal chegou a conclusão de que dos documentos repassados eram "antigos, superficiais e desconexos entre si".

Para o chefe de inteligência da PF, o executivo "repassou dados que implicavam apenas atuais adversários políticos em tentativa clara de pautar as investigações da polícia".

Além de tentar direcionar a investigação, Éder Moraes chegou ao ponto de agendar data para uma suposta delação premiada por parte do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o "Júnior Mendonça", que foi o pivô da operação por supostamente comandar um esquema de lavagem de R$ 500 milhões através de postos de gasolina e factorings. 

"No dia 20 de janeiro de 2014, novamente este subscritor foi procurado pelo promotor Marcos pára informar que Éder teria conversado com Júnior Mendonça e esta pessoa estaria desejosa a vir a sede do DPF para prestar declarações na condição de colaborador premiado", explicou.

Inicialmente, ficou agendada a delação premiada de "Júnior Mendonça" para o dia 23 de janeiro, sendo adiada para o dia 24. 

Neste dia, a PF montou um imenso aparato de delegados, escrivães e agentes para colher as declarações do empresário, que não apareceu, sendo que Éder Moraes telefonou ao delegado para informar que a delação não seria mais realizada.

No documento, o chefe de inteligência da PF considera que Éder Moraes "em momento algum desejou colaborar com as investigações". 

O executivo, que teve a casa e esecritório invadidos, por agentes da Polícia Federal na semana passada fez uma série de ameaças ao ex-governador Blairo Maggi e o atual governador Silval Barbosa, mas tem se mantido calado e recluso nos últimos dias.





Fonte: DO FOLHAMAX

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