Brincadeira é coisa séria para o desenvolvimento das crianças
As brincadeiras infantis, embora consideradas supérfluas para muitos adultos, têm importância primordial para o desenvolvimento da criança, tanto dentro de casa como nas escolas. Elas atuam com o agentes sociabilizadores que ajudam na resolução de problemas de dificuldade intelectual na sala de aula, encoraja as crianças a suportarem o tempo de estudos, a interpretar o “mundo” de regras que orienta esse espaço de escolarização, facilita a aprendizagem social, além de estimular a criação de novos laços afetivos com a incorporação de valores da vida social.
Para o professor-pesquisador da Faculdade de Educação Física e do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da UFMT, Cleomar Ferreira Gomes, as brincadeiras, naturalmente, por terem um caráter espontâneo, começam a sumir, mais ou menos na “idade da razão”, ali por volta da pré-adolescência. “Essa fase é quando a criança prefere encontro com as pessoas, mais que com os objetos infantis”, explica.
Com a tecnologia, as brincadeiras infantis foram modernizadas, mas, conforme Gomes, essa situação não pertence apenas à contemporaneidade. Em todas as épocas do percurso da humanidade, o homem, com seu poder de imaginação criadora, incluiu artefatos tecnológicos. A boneca significava para as meninas dois eventos, um preparatório e outro definitivo da função da mulher, ou os carrinhos uma extensão tecnológica da invenção da roda destinada aos meninos.
Não importando o gênero, o fato é que o homem sempre precisou da tecnologia como uma espécie de “braço executivo” da cultura, que, por sua vez, é a extensão das atividades espontâneas ou naturais. Em resumo, se, se modernizam os brinquedos (objetos), também, se modificam as brincadeiras (ações): motora e criadora da infância.
A discussão do assunto é importante para a formação de gerações mais interativas e não passivas. Por isso o assunto “A criança brincante” é um dos assuntos inclusos no Seminário de Educação, evento organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e o Instituto de Educação da UFMT, entre 4 e 7 de novembro. O evento pretende discutir a visibilidade social, cívica e científica das crianças. .
“O Semiedu, em todos os seus eixos, será a oportunidade de apresentação de trabalhos como resultados de estudos e pesquisas sobre essa etologia lúdica que carrega a criança desde o ventre materno. Podemos dizer, a partir de uma especulação da psicologia genética que afirma encontrar nos seres humanos e animais informações à disposição de uma natureza brincante desses seres”, ressalta Cleomar, um dos organizadores ao lado da professora Daniela Freire, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Psicologia da Infância (GPPIN).
Parceiros
O evento conta com apoio da Capes, Fapemat, CNPq, Curso de Especialização em Educação Infantil da UFMT, Secretarias de Educação e de Cultura do Estado de Mato Grosso (Seduc/SEC), Secretaria Municipal de Educação/Cuiabá (SME), Grupo de Pesquisa em Geografia da Infância da Universidade Federal Fluminense (Grupegi/UFF), Unemat, Conselho Regional de Psicologia (CRP18MT), Casa de Cultura Silva Freire, Centro Internacional de Estudo em Representações Sociais e Subjetividade-Educação (CIERS-ED) e Colégio Ibero-Americano (CIA).
Toda a programação pode ser vista no site www.ie.ufmt.br/semiedu2012 .
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