COT da UFMT pode ficar parado Sindicato diz que falta vasos sanitários, além de problema para bater ponto
O obra já atrasada do Centro Oficial de Treinamento (COT) da UFMT, pode emperrar de vez. O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios (Sintraiccm) encaminhou hoje (24), ao Ministério Público do Trabalho e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, uma denúncia sobre as más condições de trabalho na obra, feita pela Engeglobal. O documento foi entregue na Secopa e na empresa. Caso o MPT detecte as falhas e a empresa não sane os problemas, a obra pode ser paralisada. A entidade também não descarta greve, caso situação persista.
O sindicato recebeu reclamações dos trabalhadores pela falta de vasos sanitários, de chuveiros e de armários suficientes para atender aos 190 operários; alimentação servida em marmitex em quantidade insuficiente para a maioria deles; cartão de ponto 'batido' por terceiros e não pelo próprio trabalhador e a existência de apenas um relógio de ponto, o que provoca enormes filas; falta de repasse de vale combustível e de adiantamento quinzenal, quando solicitados; e má qualidade da água servida no local. A denúncia aponta ainda que a empresa não está depositando o FGTS.
Outro ponto de reclamação é a falta de horas extras contabilizadas. Os funcionários afirmam que o final do expediente está sendo registrado às 16h nos cartões de ponto, mas todos trabalham até às 19h. Além disso, a Engeglobal não encaminhou ao Sintraiccm a lista dos trabalhadores que descontam as contribuições, impedindo a entidade de cumprir com o que foi acordado na Convenção Coletiva de Trabalho e ofertar a eles os benefícios destinados aos contribuintes.
Joaquim Santana, presidente do Sintraiccm, afirma que a falta de infraestrutura mínima nos canteiros poderá comprometer o andamento da obra, já que a insatisfação é geral. "Está faltando gente para trabalhar e os que estão trabalhando estão sendo tratados com este desrespeito. Este é um dos fatores que provoca tantos problemas nas obras da Copa: trabalhadores maltratados ficam desmotivados", comenta.
Para constatar as reclamações, o sindicato visitou o COT. Após isso, se reuniu com os operários e com a construtora. O Sintraiccm deu um prazo até quinta passada (20) para que os problemas fossem resolvidos, mas isso não aconteceu.
O COT da UFMT começou a ser construído em 4 de março do ano passado e deveria ter sido entregue em dezembro, mas teve a inauguração remarcada para 27 de abril. Um levantamento apresentado pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) na semana passada apontou que a quantidade de mão-de-obra no local é insuficiente para que a obra seja concluída a tempo para a Copa. (Com assessoria)
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