Sindicato denuncia más condições de trabalho em obra Operários afirmam que alimentação é insuficiente e faltam vasos sanitários no COT UFMT

O Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios formalizou, na segunda-feira (24), denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre as péssimas condições nos canteiros de obras do Centro Oficial de Treinamento (COT), no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá. 

Cópias da denúncia também foram entregues à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e à Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa). 

A obra consta na Matriz de Responsabilidade, assinada entre o Governo do Estado e a Federação Internacional de Futebol (Fifa), como essencial para a realização da Copa do Mundo de 2014.

De acordo com o presidente do sindicato, Joaquim Santana, 190 operários convivem com a falta de vasos sanitários, chuveiros e armários. 

A alimentação, servida em marmitex, também seria insuficiente. A qualidade da água consumida também é questionada pelos trabalhadores.

Outros problemas estão relacionados ao ponto, que estaria sendo “batido” por terceiros e não pelo próprio trabalhador, a falta de repasse de vale combustível e do adiantamento quinzenal, quando solicitados. 

A respeito de horas extras, elas também não estariam sendo contabilizadas. De acordo com relatos dos operários, o final do expediente está sendo registrado às 16 horas nos cartões de ponto, mas todos trabalham até às 19 horas. 

A denúncia indica ainda que a empresa responsável pelo COT da UFMT, a Engeglobal, não está depositando o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Todas as reclamações foram constatadas pelo sindicato in loco, no dia 10 de fevereiro. 

“Desde a semana passada, nós já tínhamos solicitado à Engeglobal, empresa responsável pela obra, que tomasse providências em relação ao que foi relatado. Ela sempre afirmava que ia resolver, sempre passava o tempo, e nada de solução. Assim sendo, tivemos que recorrer às entidades e esperamos uma solução”, explicou Santana.

Apesar dos problemas e da demora em resolvê-los, o sindicalista descartou uma paralisação dos trabalhos. 

“A minha intenção é que a obra não seja paralisada, que haja diálogo e, mais do que isso, se apresentem soluções, que essas reclamações sejam resolvidas. O que não pode é a obra terminar e as irregularidades serem levadas dessa forma, até o fim”, disse. 

COT da UFMT

Sob responsabilidade das empresas Engeglobal e Três Irmãos Engenharia, a obra, segundo Secopa, já finalizou a concretagem das duas torres de iluminação da nova unidade de treinamento e os trabalhos de drenagem no campo estão próximas da finalização. 

A concretagem do prédio, que irá abrigar camarotes, vestiários, restaurantes, entre outras áreas, prossegue com obras.

Em janeiro passado, a expectativa do Governo do Estado era de entregar a obra em abril. 

COT do Pari

Não é a primeira vez que uma obra da Engeglobal é denunciada por más condições de trabalho. Em junho passado, trabalhadores do canteiro de obras do Centro Oficial de Treinamento (COT) da Barra do Pari, em Várzea Grande, denunciaram ao sindicato da categoria que estão sofrendo com constantes atrasos salariais e falta de Equipamentos de Proteção de Individual (EPIs).

À época, o sindicato alertou que as irregularidades encontradas na obra colocavam em risco a saúde e a segurança do trabalhador.

Construído em uma área total de 52 mil m², o COT terá capacidade para três mil torcedores. A obra está sendo executada pelo Consórcio Barra do Pari, formado pelas empresas Três Irmãos Engenharia Ltda., Engeglobal Construções Ltda. e Valor Engenharia Ltda.

Outro lado

A respeito das denúncias do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Cuiabá e Municípios a Secopa foi procurada para se pronunciar, mas, até a edição desta matéria, não houve retorno.

A direção da Engeglobal não foi localizada para se manifestar sobre as denúncias.