PF tem 30 dias para concluir perícias Decisão judicial beneficia empresário Júnior Mendonça, que teve computadores de sua empresa apreendidos ainda na primeira fase das investigações
A Polícia Federal tem 30 dias para finalizar a perícia técnica nos computadores apreendidos no apartamento do empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, durante a primeira fase da operação Ararath.
A determinação partiu do juiz da Quinta Vara Federal, Jeferson Schneider. O prazo começou a ser contado na última segunda-feira (24).
O magistrado estipulou o tempo em face ao pedido da defesa do empresário de restituição dos equipamentos apreendidos pela PF em 12 de novembro do ano passado. Schneider indeferiu a solicitação, tendo em vista que a perícia ainda não foi realiza, mas fixou o prazo para a conclusão dos trabalhos.
“Diante do exposto, indefiro, por ora, o pedido de restituição. Contudo, a fim de evitar o inconveniente de manter os equipamentos de informática apreendidos por tempo indefinido à espera de análise/perícia, fixo o prazo de 30 dias para elaboração do laudo pericial”, diz trecho do despacho.
Os equipamentos foram confiscados na empresa Comercial Amazônia Petróleo, propriedade de Júnior Mendonça. A defesa do empresário alega que a lentidão no trabalho da Polícia Federal tem prejudicado o funcionamento da empresa.
“Desde a apreensão dos equipamentos da empresa Comercial Amazônia Petróleo Ltda., de propriedade do investigado, não foi realizada perícia nos objetos em questão, motivo pelo qual a aludida empresa encontra-se impossibilitada de funcionar adequadamente, já que os referidos objetos são imprescindíveis às suas atividades”, sustentou o advogado Huendel Rolim.
Além de reaver os equipamentos, a defesa pediu mais celeridade nas investigações, o que, segundo o advogado, facilitaria sua atuação em favor do empresário.
Júnior Mendonça é um dos principais alvos da Polícia Federal na operação. Dentre os bens que teve apreendidos, ele já recuperou uma Ferrari modelo 458, encontrada pela polícia em São Paulo.
O empresário foi alvo da primeira fase da operação Ararath, que teve início em 12 de novembro, com o cumprimento de 11 mandados de busca e apreensão.
A segunda fase ocorreu no dia 25 do mesmo mês, com outros sete mandados, e ampliou o leque de crimes investigados. Na terceira, mais sete buscas foram feitas pela PF.
Neste período também se tornaram alvo da operação o juiz federal Julier Sebastião da Silva e o ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Giancarlo Castrillon.
Recentemente, Julier conseguiu na Justiça o direito de receber de volta os documentos e computadores apreendidos com ele. A PF chegou ao magistrado por meio de interceptações telefônicas.
Na semana passada, uma quarta etapa da operação foi deflagrada e 27 mandados de busca e apreensão foram expedidos. Deste total, 17 foram cumpridos em Mato Grosso. Entre os alvos estavam o ex-secretário da Secopa, Éder Moraes, e o empresário Fernando Mendonça, principal financiador da campanha do senador Pedro Taques (PDT) em 2010.
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