Todos os anos, os moradores de La Quebrada, ao sul da capital do Peru, Lima, se reúnem para um polêmico evento gastronômico.
O Festival Gastronômico do Gato conta com estandes e barraquinhas que servem somente pratos à base de gato.
O evento relembra a época em que os primeiros escravos se estabeleceram na região, reza a lenda, sobrevivendo se alimentando de gatos.
Há vários gatos que são criados especialmente para a ocasião, em que 50 animais são sacrificados.
Os animais são, depois, preparados fazendo uso de temperos e receitas típicas peruanas.
Entre os quitutes, há o cozido de gato apimentado, gato grelhado com ervas locais huacatay, gato à milanesa e torresmo de gato.
Multidões de frequentadores se reúnem nesta comunidade rural ao sul de Lima para provar uma carne que dizem ter um sabor semelhante ao da de coelho.
Afrodisíaco
Em outros países, os locais prezam os supostos poderes de ostras e do chifre do rinoceronte, mas, para os moradores de La Quebrada, a carne de gato é considerada um afrodisíaco.
Os habitantes locais defendem ainda que a carne de gato tem supostas capacidades de curar doenças bronco-pulmonares.
A folia gastronômica homenageia Santa Efigênia, a santa padroeira do pequeno município peruano.
Ativistas vêm protestando contra o tradicional festival, sob o argumento de que ele estimula práticas crueis contra gatos e o assassinato dos animais.
Recentemente, militantes foram às ruas do bairro de Miraflores - um dos centros gastronômicos de Lima - carregando cartazes com dizeres como ""Deus criou os gatos!"" e gritando slogans como ""Assassinos!"", em protesto contra a prática.
Os manifestantes carregavam cartazes com a figura de São Francisco de Assis, o santo padroeiro dos animais.
Mas o consumo de gatos é uma prática restrita ao evento anual de La Quebrada em setembro. A maioria dos peruanos prefere ter felinos como animais domésticos e, na hora de comer, prefere as tradicionais carne bovina ou de galinha.
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