Copa em Cuiabá tem obras pela metade e falta de leitos Segundo raeportagem, gastos do pís com evento podem chegar a R$ 30 bilhões
Com um gasto total que pode chegar a R$ 30 bilhões, a Copa do Mundo no Brasil será declarada aberta em junho sem, no entanto, ter todas suas obras prometidas de fato entregues.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (5), destaca que, no caso de Mato Grosso, o problema é com o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
“Há situações em que a obra prometida será entregue parcialmente. O principal exemplo é o do VLT entre Cuiabá e Várzea Grande, em Mato Grosso, projetado, entre outros argumentos, para atender a Arena Pantanal. Até a Copa, porém, só estarão concluídos 5,7 km dos 23 km do percurso”, diz trecho da matéria.
A reportagem também lembra que o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, sempre que pode, cita o modal como o "verdadeiro legado da Copa".
“Ele argumenta que, não fosse o Mundial, tal obra só seria realizada daqui a 30 anos.
Assim, terminado o Mundial, restará observar quanto tempo vai levar que o VLT esteja totalmente concluído”.
Outro ponto citado pelo jornal é o número de leitos, que pode vir a ser insuficiente para o total de turistas.
Confira a íntegra da reportagem abaixo ou clique AQUI.
Custo da Copa bate em R$ 26 bilhões, de acordo com Matriz de Responsabilidade
ALMIR LEITE
O ESTADO DE S. PAULO
O custo da Copa do Mundo é de R$ 26 bilhões, de acordo com a última atualização da Matriz de Responsabilidades, documento que reúne todas as intervenções relacionadas com o Mundial a cargo do governo federal, dos governos estaduais e cidades-sede. A lista tem de obras em estádios a projetos na área de turismo, passando por telecomunicações, portos e segurança, entre outros itens, formando um quadro completo.
No entanto, esse valor está defasado (há estimativas de que, no final, a conta baterá nos R$ 30 bilhões). Isso porque a última atualização da Matriz foi feita em setembro do ano passado – houve outra em novembro, basicamente para a retirada do documento de obras que não ficarão prontas até a Copa.
Dessa maneira, não entraram no cálculo despesas como as com as estruturas temporárias, exigência da Fifa para todas as arenas do Mundial. Em média, o custo vai ser R$ 40 milhões por estádio, a serem gastos com itens diversos como aluguel de tendas, aparelhos de raio X e implantação do sistema de tecnologia de informação.
Essa é uma das pendências na preparação para a Copa. A 100 dias de a bola rolar, a maior parte das cidades ainda não viabilizou a aquisição de materiais e equipamentos que compõem o aparato das temporárias. Pior: em alguns casos ainda há discussão para definir quem vai pagar a conta.
São Paulo
É o caso de São Paulo. Por contrato, a obrigação de arcar com os custos – R$ 43 milhões, de acordo com orçamento apresentado em 20 de janeiro por Andrés Sanchez ao prefeito Fernando Haddad e ao secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke – é do Corinthians, o dono da arena.
Prefeitura e governo estadual contribuirão com instalações físicas e materiais para as temporárias no estádio em Itaquera, mas os cerca de R$ 39 milhões que terão de ser gastos com itens como tendas, cabos óticos e aluguel de geradores deverão ficar a cargo do clube. O Corinthians busca parcerias para viabilizar as temporárias. O problema é que o tempo está passando, no caso da Arena Corinthians e de várias outras, e o atraso pode comprometer a qualidade de alguns sistemas e equipamentos que serão instalados.
Segundo especialistas da área, por exemplo, são necessários 120 dias para instalar toda a infraestrutura de telecomunicações (antenas, cabos, roteadores e vários outros itens). Até agora, nenhum dos 12 estádios teve o sistema instalado.
Pela metade
Há obras complexas por fazer, mas até intervenções simples estão atrasadas. É o caso das obras no entorno do Beira-Rio, em Porto Alegre. Basicamente, é preciso fazer a pavimentação das vias, pequenas, mas ainda não foi feita sequer a licitação – o primeiro edital não atraiu interessados. Com isso, há o risco de a obra acabar durante a Copa (o prazo de execução é de quatro meses).
Há situações em que a obra prometida será entregue parcialmente. O principal exemplo é o do VLT entre Cuiabá e Várzea Grande, no Mato Grosso, projetado, entre outros argumentos, para atender a Arena Pantanal. Até a Copa, porém, só estarão concluídos 5,7 km dos 23 km do percurso.
O VLT de Cuiabá é sempre citado pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, quando fala do legado da Copa. Ele argumenta que, não fosse o Mundial, tal obra só seria realizada daqui a 30 anos. Assim, terminado o Mundial restará observar quanto tempo vai levar que o VLT esteja totalmente concluído.
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