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Economia
Sexta - 07 de Março de 2014 às 07:43

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A balança comercial brasileira fechou fevereiro com déficit (exportações menores que importações), registrando resultado negativo de US$ 2,12 bilhões. Em janeiro, a balança havia aberto o ano deficitária em US$ 4,06 bilhões. O resultado de fevereiro é o pior para o mês desde o início da série histórica, em 1994, superando o saldo negativo de US$ 1,7 bilhão no mesmo mês do ano passado, que até então era o resultado mais fraco em 20 anos. 

O saldo no vermelho no mês passado resultou de US$ 18 bilhões em importações contra vendas externas de US$ 15,9 bilhões. No ano, o saldo acumulado permanece negativo em US$ 6,1 bilhões. As informações foram divulgadas ontem pelo Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior. 

A média diária das exportações, que corresponde ao volume financeiro vendido por dia útil, ficou em US$ 796,7 milhões, valor 7,8% inferior ao patamar de fevereiro de 2013, mas 9,4% superior ao de janeiro deste ano. O recuo nas vendas sobre o ano anterior foi geral, englobando produtos básicos (-8,5%), semimanufaturados (-8,7%) e manufaturados (9,2%). Entre os itens que puxaram a queda no valor arrecadado com as exportações brasileiras estão açúcar refinado (57,7%), automóveis de passageiros (-35,8%), aviões (-53,9%), ouro (-47,4%), celulose (-18,3%), óleo de soja (-17,1%), milho (-70,5%), petróleo bruto (-30,6%) e minério de ferro (-7,2%). 

As importações também caíram, mas em ritmo menor que o registrado para as vendas externas. A média diária de compras do Brasil no exterior ficou em US$ 903 bilhões em fevereiro, 3,4% inferior à observada no mesmo mês de 2013 e 1,1% menor que a de janeiro deste ano. 

O POR QUÊ – O déficit na conta-petróleo e a queda nos preços das commodities (produtos básicos com cotação internacional) afetaram a balança comercial e contribuíram para o saldo negativo acumulado em 2014, que chega a US$ 6,1 bilhões. A afirmação é do secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. 

Segundo ele, o governo federal segue esperando recuperação da conta-petróleo, cujo déficit caiu de US$ 4,6 bilhões, no primeiro bimestre de 2013, para US$ 3,6 bilhões em igual período de 2014. Ele disse que também acompanha com atenção o comportamento dos preços de itens como minério de ferro e soja. “Percebe-se uma melhora na conta-petróleo, sendo puxada pelas exportações. No primeiro bimestre de 2013, eram US$ 2,6 bilhões. Em 2014, atingiram US$ 3,5 bilhões”, destacou. Em 2013, a parada para manutenção de plataformas da Petrobras contribuiu para o aumento nas importações e para queda nas exportações do produto. Daí, a expectativa de recuperação neste ano. 

O petróleo bruto é uma das commodities exportadas pelo Brasil, e teve recuo de 4,5% no preço, no primeiro bimestre deste ano. “Temos hoje um cenário geral de preços de commodities em baixa. Temos que ver ao longo do ano o comportamento de cada um dos produtos. Há uma expectativa que, mesmo com essa queda de preço [das commodities], haja um aumento da quantidade [exportada] que possa compensar”, disse o secretário. A queda no preço das commodities era apontada como tendência desde o ano passado, por analistas. O produto que teve queda mais acentuada foi o milho, com decréscimo de 30%. 

O secretário de Comércio Exterior também voltou a atribuir os resultados deficitários ao aumento nas importações, causado pela demanda por bens de capital e intermediários, utilizados na indústria, apesar de a compra desses itens ter recuado, respectivamente, 2,7% e 0,7% no primeiro bimestre, ante o mesmo período do ano passado. Segundo Godinho, o recuo pode ter ocorrido em função de uma base de comparação alta em 2013. O secretário destacou que esse tipo de importação, que teve crescimento em janeiro, é positivo e sinaliza investimento. 

“Pontualmente, o segmento que chamou a nossa atenção em termos de crescimento é o de eletroeletrônicos, suas partes e peças”, disse Godinho. Ele disse que tem havido procura das empresas por televisores e componentes e associou a procura com a aproximação da Copa do Mundo. O movimento, segundo ele, deve durar até maio.





Fonte: Da Agência Brasil - Brasília

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