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Polícia Brasil
Sexta - 07 de Março de 2014 às 10:20

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Crianças estão entrando na marginalidade cada vez mais cedo. Crimes mais praticados são roubos e furtos, mas número de homicídios é grande.

É cada vez maior o número de menores envolvidos com crime na capital federal. Esta semana uma criança de 11 anos foi apreendida assaltando pela terceira vez. O que deve fazer um menino de 11 anos? Estudar, brincar, andar de bicicleta.

O que preocupa especialistas em segurança é que, em Brasília, de cada dez crimes, três tem a participação de menores. E eles estão entrando na marginalidade cada vez mais cedo.

O ladrão que entra correndo tem corpo franzino, estatura baixa, e apenas 11 anos de idade. A criança assalta três funcionários e sai correndo. O comparsa, é outro menor. Chega em seguida, de bicicleta, e é pego pelo gerente. Foi o terceiro assalto da dupla ao mesmo posto.

O crime foi em Santa Maria, Distrito Federal, onde de cada 10 crimes três são cometidos por menores de 18 anos. E eles vem agindo pelo país.

Em Belo Horizonte, outro flagrante: seis adolescentes, param em frente a uma loja de eletrônicos à 1h30. Eles escondem o rosto. Com uma barra de ferro um deles quebra a porta. Todos levam produtos e saem correndo. Um ainda volta e pega mais coisa. Tudo em 23 segundos. Quatro dos seis menores foram apreendidos pela polícia.

Em Goiânia, mais um adolescente e mais um assalto. O jovem e pego por moradores, apanha e não leva nada.

De acordo com dados no Conselho Nacional de Justiça, a maioria dos adolescentes, 47,5%, comete o primeiro crime entre os 15 e os 17 anos. E 9% começam ainda na infância, entre os 7 e os 11 anos de idade.

Quase 60% dos menores infratores não estudavam na época que cometeram o primeiro crime, e 75% já usavam drogas. O que eles mais praticam: roubos e furtos, mas o número de homicídios cometidos por menores também foi considerado expressivo pelo CNJ.

Em Teresina, por exemplo, de cada 10 assassinatos, cinco têm a participação de menores. Em todo o Brasil, em média, 54% dos menores infratores que cometem crimes e são internados, voltam a cometer crimes depois de liberados.

Para a socióloga da Universidade de Brasilia Maria Stela Grossi, entre os motivos estão a sensação de impunidade e a ineficácia das medidas sócioeducativas cumpridas em casas de internação. “Buscar alternativas de não encarceramento, nessa linha pedagógica pode surtir mais efeito”, afirma.

Quanto ao garoto que apareceu no início da reportagem, como ele tem menos 12 anos, idade mínima para internações, ele voltou para casa. Ele vai ter acompanhamento psicológico e a mãe se comprometeu a levá-lo para a escola todo dia.





Fonte: Do G1

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