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Sábado - 08 de Março de 2014 às 05:22

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Apesar de ser um cenário que se modifica com o passar dos anos, o atual modelo político e questões enraizadas na sociedade ainda afastam mulheres da vida eleitoral. 

O machismo e o personalismo são apontados por especialistas como dois fatores que impedem uma maior participação do gênero nos processos eleitorais. 

A situação ocorre mesmo diante de esforços por mudança na legislação que incentivem que elas se candidatem a mais cargos eletivos. 

Eleição após eleição, os partidos políticos continuam lutando, por exemplo, para preencher a cota mínima de candidaturas femininas nas chapas proporcionais. 

Para o analista político Louremberg Alves, três mulheres que atualmente figuram no ambiente político com certa representatividade são o reflexo desta realidade. 

Segundo ele, as deputadas estaduais Luciane Bezerra (PSB) e Teté Bezerra (PMDB) e a candidata à deputada federal derrotada na eleição de 2010, Jaqueline Guimarães (PMDB), foram todas “impulsionadas” por homens na vida pública: seus respectivos maridos. 

Alves avalia negativamente a situação. Sustenta que os “figurões” das siglas, ou seja, as maiores lideranças dos partidos, são quem determinam o encaminhamento que os demais integrantes da sigla devem seguir. 

“Os partidos políticos são machistas e têm coronéis, que são os donos, os que determinam as regras. Embora haja todo um estatuto, ele fica abaixo da vontade dos coronéis. É o chamado personalismo. Infelizmente, as pessoas não conhecem os partidos, conhecem as pessoas e, se o partido é assim, o jogo político também é personalizado”, argumenta. 

O analista ainda ressalta que o Fundo Partidário, ao qual todas as legendas têm direito, prevê que seja destinado 5% do valor total de seus recursos para estimular o ingresso da mulher e de novos integrantes na política. “O problema é que quem ingressa no partido não tem voz”, pontua. 

No pleito de 2010, em Mato Grosso, 18 mulheres se candidataram a deputada federal. Nenhuma foi eleita. Jaqueline Guimarães, esposa do prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães (PMDB), foi uma das que mais se destacaram, acumulando 30 mil votos. 

Para a Assembleia Legislativa, ainda no pleito de 2010, 53 candidatas mulheres pleitearam cargos. Apenas Teté e Luciane conseguiram assumir. 

Alves ressalta que uma reviravolta só pode ser esperada quando houver mudanças na formação política propiciada pelos vários grupos sociais, que vão da igreja a escola, passando pela família até as comunidades nos bairros. 

“A imprensa também é fundamental. Serve de intermediário provocador do segmento social, que este vai buscar subsídios a partir das informações para formar sua opinião”, avalia.





Fonte: Do Diário de Cuiabá

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