Chapa pode prejudicar Taques no governo Sem grandes puxadores de votos à Assembleia Legislativa, senador corre o risco de não conseguir montar uma bancada aliada forte no Parlamento
Se eleito governador, o senador Pedro Taques (PDT) deve enfrentar dificuldades na relação com o Parlamento. A falta de puxadores de votos na chapa proporcional de seu grupo deve prejudicar a formação de uma bancada aliada na Assembleia Legislativa.
A constatação é do analista político Louremberg Alves, para quem os aliados do pedetista precisam de uma boa estratégia para eleger o maior número possível de candidatos.
A preocupação deve ser que não se repita no Estado o que ocorreu em Cuiabá, quando, em seu primeiro ano de mandato, o prefeito Mauro Mendes (PSB) viveu momentos de conflito com a Câmara, então comandada por seu principal opositor, o vereador João Emanuel (PSD).
Atualmente, o grupo que deve apoiar Taques nas eleições de outubro conta com apenas cinco parlamentares. Enquanto isso, pelo menos 17 apoiam o governador Silval Barbosa (PMDB).
Louremberg pondera, todavia, que negociações políticas podem amenizar a situação de Taques, se eleito, com a nova composição da Assembleia. Segundo ele, historicamente, o Executivo sempre conquista a maioria no Parlamento.
Entre os motivos para que essa regra seja sempre seguida está o “loteamento” das secretarias de governo. Em geral, elas são dividas entre os partidos que apoiaram a candidatura, mas também podem contemplar legendas que se comprometam a ajudar a nova administração.
Quanto a isso, o analista ressalta que Taques precisará se preocupar, principalmente, com quem colocará no comando da Casa Civil. A Pasta é responsável pela interlocução entre o chefe do Executivo e os deputados.
No cenário atual, Louremberg afirma não enxergar dentro do Movimento Mato Grosso Muito Mais (PDT, PSB, PPS, PSDB, DEM, PTB e PV) uma figura que possa assumir essa missão.
Em contra partida, o pedetista precisará ficar atento, segundo o analista, quanto ao possível assédio de lideranças partidárias para barrar ou interromper investigações de eventuais irregularidades que venham a ocorrer no governo.
Louremberg lembra que, por ser oriundo do Ministério Público, Taques deve ser pressionado a dar respostas rápidas nestes casos.
A principal dificuldade do novo governador – seja ele quem for -, para Louremberg, apesar disso, será a dívida herdada da atual gestão.
Ele aponta que o governo acabou não protelando a renegociação das dívidas do Estado e que isso pode trazer sérias consequências, já no primeiro ano do próximo mandato.
Segundo dados da Sefaz, o próximo governador deve pagar cerca de R$ 2,69 bilhões da dívida pública. O valor é 37% menor do que o Silval pagou, conforme a Pasta. O peemedebista deve concluir sua passagem pelo Paiaguás tendo quitado R$ 4,27 bilhões em débitos.
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