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Agronegócios
Quinta - 13 de Março de 2014 às 17:43

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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) confirmou as expectativas e efetuou um profundo corte em sua estimativa para a produção brasileira de soja nesta safra 2013/14, que está em fase adiantada de colheita. A correção teve reflexos igualmente consideráveis na projeção para o volume total de grãos que será colhido, mas, mesmo assim, o país ainda caminha para um novo recorde.

Em levantamento divulgado ontem, a autarquia vinculada ao Ministério da Agricultura passou a estimar a produção de soja, carro-chefe do agronegócio no Brasil, em 85,443 milhões de toneladas, 5,1% menos que o projetado em fevereiro (90,014 milhões) e em linha com as mais recentes estimativas privadas que circulam no mercado. Em relação ao ciclo 2012/13, ainda há um incremento de 4,8%. Mesmo mais baixo, o volume, se confirmado, será o maior da história - mas não será suficiente para garantir ao Brasil a liderança global na produção de soja, que tende a continuar nas mãos dos EUA.

O ajuste para baixo reflete sobretudo os problemas causados pelo déficit hídrico na região Sul, notadamente no Paraná e no Rio Grande do Sul, segundo e terceiro maiores Estados produtores da oleaginosa. Por conta da seca do início do ano, a projeção para a colheita paranaense recuou 12,3% na comparação com a estimativa de fevereiro, para 14,681 milhões de toneladas - 7,7% menos que no ciclo 2012/13. Já a produção gaúcha sofreu um corte de 6% em relação a fevereiro, para 12,314 milhões de toneladas, queda de 1,8% sobre a temporada passada.

Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, as chuvas do fim de fevereiro até agora não fizeram a Conab reduzir sua projeção para a colheita, como acreditavam os agricultores do Estado. Pelo contrário. No levantamento divulgado ontem, a autarquia elevou o volume, que será recorde para 26,357 milhões de toneladas, 122 mil a mais que o previsto em fevereiro e 12% mais ao de 2012/13.

Especialmente em função da queda da estimativa para a soja, a Conab passou a prever a colheita total de grãos no país em 188,701 milhões de toneladas em 2013/14, 2,5% menos que o previsto em fevereiro, mas ainda 0,7% acima da temporada passada. Para os técnicos da Conab, o risco de a colheita total não ser mais recorde é pequeno, uma vez que a pesquisa de campo que gerou o levantamento divulgado ontem foi realizada no auge das intempéries no Sul e em Mato Grosso. De acordo com o IBGE, a produção total ainda chegará 190,3 milhões de toneladas.

Outro corte que colaborou para a queda no volume total foi feito no quadro do trigo, cuja colheita já terminou. Em razão de adversidades no Rio Grande do sul, a Conab passou a estimá-la em 5,527 milhões de toneladas, 4,7% menos que em fevereiro. Sobre 2012/13, contudo, o incremento é de 26,2%.

No tabuleiro do arroz, a Conab elevou sua previsão para a colheita em 2013/14 para 12,770 milhões de toneladas, 8% maior que em 2012/13; no do feijão, reduziu a estimativa para 3,385 milhões de toneladas, ainda 19,5% superior ao volume do ciclo passado.





Fonte: Valor Econômico

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