Com desconto, tarifa será de R$ 2,80 Conselho Municipal de Trânsito aprovou aumento na passagem de R$ 2,60 para R$ 2,94 cujo valor foi acatado pelo prefeito Mauro Mendes
Os usuários do transporte coletivo de Cuiabá vão passar a pagar R$ 2,80 a partir da próxima segunda-feira (17) pelo serviço. Ontem, o Conselho Municipal de Trânsito (CMT) aprovou o aumento da passagem de R$ 2,60 para R$ 2,94, que foi acatado pelo prefeito Mauro Mendes. Contudo, houve um desconto de R$ 0,14, para compensar o valor pago pelos usuários de forma indevida no ano passado.
De acordo com o secretário municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU), Antenor Figueiredo, ainda hoje o prefeito pode decretar o novo valor da tarifa. “O prefeito vai R$ 2,80 para ressarcir R$ 0,14 os usuários para que não tenham prejuízo uma vez foi deflagrado um valor maior na tarifa de 2012. O prefeito pode soltar o decreto ainda amanhã (hoje) ”, reforçou.
Segundo a SMTU, em janeiro deste ano o valor cobrado a mais totalizava R$ 8,8 milhões. Deste montante, R$ 2,4 mi já foram ressarcidos ao sistema, no período de janeiro até 23 de fevereiro deste ano.
Durante a reunião do CMT foram apresentadas duas planilhas de custo do sistema. Uma delas da SMTU e a outra da Associação Mato-grossense dos Transportes Urbanos (AMTU). Por 10 votos favoráveis e sete contra, os conselheiros aprovaram a planilha da SMTU, que apresentou o valor de R$ 2,94.
A AMTU reivindicava o preço de R$ 3,08. Conforme o presidente da AMTU, Ricardo Caixeta, a planilha apresentada pela SMTU está defasada. Um dos itens que apresenta diferença é o preço do óleo diesel. Segundo ele, a SMTU usou o valor de R$ 2,41 para o óleo, sendo que o preço praticado hoje é de R$ 2,46.
Caixeta também questiona o ressarcimento. “Está no contrato que tem que haver o equilíbrio financeiro. Considerando a receita das empresas a partir de dezembro de 2012 até 28 de fevereiro deste ano houve um desequilíbrio com um déficit de receita de cerca de R$ 4,5 milhões. Se há déficit, não há valores cobrados a mais”, argumentou.
Conforme Figueiredo, a metodologia usada para o calculo foi a mesma utilizada pelo Ministério Público do Estado (MPE), pela Câmara Municipal e Prefeitura. “Para o cálculo incide o salário do motorista, valor de pneu, número de passageiros transportados e o valor do óleo diesel”, disse. “Como o contrato reza que todo mês de dezembro tem que ter reajuste em cima dos insumos apresentados chegou-se a neste valor”, acrescentou.
Enquanto o Conselho Municipal de Trânsito (CMT) discutia o valor da tarifa, cerca de 50 manifestantes ligados à Central Único dos Trabalhadores (CUT) e estudantes protestavam contra o aumento. Por pelo menos três vezes, o clima ficou tenso com os manifestantes tentando forçar a entrada para chegar até o auditório da SMTU, onde acontecia a reunião.
“Não há porque ter um aumento porque transporte público deveria ser gratuito para toda a população e R$ 2,60 já é um absurdo, um valor injusto devido à má qualidade do serviço que é prestado pelas empresas em Cuiabá”, disse Jordânia Chaves, estudante do curso de engenharia florestal, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
No tumulto, vidros da porta da entrada da SMTU foram quebrados e aproximadamente 20 policiais militares, inclusive da Rotam, foram chamados para reforçar a segurança. O trânsito também ficou interditado no local por cerca de uma hora.
O vereador Dilemário Alencar, que acompanhou a reunião, não descartou a possibilidade de recorrer à Justiça caso o reajuste seja concedido às empresas.
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