Clima reduz estimativas de produção e provoca reação dos preços
Os problemas climáticos nas principais regiões produtoras do país reduziram as estimativas de produção e provocaram reação dos preços de algumas das principais commodities do país no mercado interno em fevereiro. É o caso de produtos como milho, café e soja segundo o boletim “Custos e Preços”, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que também traz análises sobre os cenários do algodão, feijão, arroz, cacau, boi gordo e leite.
O estudo apontou que, no caso do milho, além da questão do clima, por conta da seca nas regiões produtoras, a demanda firme contribuiu para a alta dos preços do cereal no mês passado. Em Sorriso (MT), o preço do grão teve elevação de 8,3% em relação a janeiro. Em Unaí (MG) e Londrina (PR), as variações, foram de 8,2% e 6,3%, respectivamente. No mês, o preço médio pago ao produtor subiu 27,39%. Comparando fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado, a alta do milho superou os 10%.
Em relação à soja, os preços também subiram, “mesmo diante das incertezas sobre o real tamanho da safra brasileira”, com elevação média de 8% em fevereiro, por conta da estiagem prolongada em vários estados produtores e do excesso de chuvas em Mato Grosso, que provocaram redução de oferta. Os preços da oleaginosa no Brasil seguem o comportamento observado na Argentina, Paraguai e Estados Unidos, que também enfrentam problemas climáticos.
Já as cotações do café arábica, impulsionadas pelo clima quente e seco e pela queda do Real frente ao dólar, também se recuperaram em fevereiro. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), o preço do produto subiu 22,6% em relação a janeiro, enquanto em Espírito Santo do Pinhal (PR) a valorização mensal foi de 27,4%. Em Santa Rita do Sapucaí (MG), a alta foi de 24,4%, em fevereiro, na comparação com janeiro.
Apesar da alta, ressalta o boletim, o clima seco tem preocupado os cafeicultores quanto às futuras safras, principalmente a safra 2015/2016. “Isso porque a falta de umidade pode debilitar as plantas, podendo interferir no vigor da produtividade dos cafezais. A baixa remuneração nos dois últimos anos também deve ter desestimulado os investimentos, o que pode resultar em menor resistência das árvores”, explica o levantamento.
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