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Agronegócios
Sexta - 14 de Março de 2014 às 21:54

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A produção brasileira de soja deve ficar perto das 88,5 milhões de toneladas projetadas recentemente pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), disse o sócio-diretor da Agroconsult, André Pessôa, sinalizando que a consultoria deve reduzir pela terceira vez sua estimativa para safra 2013/14, em parte por causa do clima excessivamente úmido em Mato Grosso. Inicialmente, a Agroconsult previa uma colheita de 91,6 milhões de toneladas de soja em 2013/14, mas problemas com seca em outras regiões produtoras a levaram a ajustar a projeção para 90,8 milhões de toneladas e, depois, para 89,2 milhões de toneladas.

De acordo com Pessôa, 35% a 40% da área em Mato Grosso foi colhida com produtividade recorde superior a 60 sacas por hectare, mas as chuvas a partir de fevereiro, especialmente no oeste e no Médio-Norte, devem puxar para baixo o rendimento médio das lavouras. 'É óbvio que isso traz consequências para uma safra que tinha grande potencial', afirmou durante evento com produtores rurais no município de Luis Eduardo Magalhães, na Bahia.

No oeste baiano, ele observou que os índices de produtividade estão variando de 15 até 75 sacas por hectare de uma lavoura para outra, mas a média aparentemente ficará em torno de 45 sacas por hectare. 'Não é ruim, mas também não dá para comemorar porque o potencial da região era grande', comentou.

Pessôa calcula que o custo para produzir a oleaginosa na Bahia deve ter crescido cerca de 8% em relação ao ciclo 2012/13. 'Apesar da frustração com a safra de soja, tivemos um repique de preços nas últimas semanas que vai compensar a rentabilidade', alertou, lembrando que a região ainda tem praticamente metade da safra para negociar. Em Mato Grosso, os desembolsos por parte do agricultor aumentaram 6% nesta temporada e resta uma parcela pequena da produção para comercializar, acrescentou.

Para 2014/15, o sócio-diretor da Agroconsult avalia que o Brasil tem potencial para alcançar uma colheita de 92 milhões e 93 milhões de toneladas, dado que a soja deve manter os hectares que tomou do milho em 2013/14 e provavelmente continuará avançando sobre novas áreas de cerrado na Bahia, no Piauí e em Tocantins, bem como sobre pastagens em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, sul do Pará e Tocantins.

'O custo de produção vai ser mais alto em 2014/15 e tendemos a ter uma margem mais apertada', disse. Para Luis Eduardo Magalhães (BA), ele estima uma queda de R$ 1.057 para R$ 690 por hectare na rentabilidade, mantida a produtividade de 45 sacas por hectare e considerando uma expectativa de desvalorização do real frente ao dólar. 'Mas essa dificuldade para geração de resultado não inviabiliza o negócio e não teremos uma crise de rentabilidade como a vista em 2005/06', ponderou.





Fonte: Rally da Safra

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