Juíza obriga internação de jovem
Juíza obriga internação de jovem
Da Reportagem
A juíza Ana Cristina Silva Mendes expediu na última quinta-feira um mandado de internação compulsória para uma família cujo filho, de 22 anos, é usuário de drogas, alcoólatra e esquizofrênico. A medida se fez necessária após os familiares buscarem à Defensoria Pública para agilizar a internação. Porém, na noite de quinta-feira, antes da internação, o hospital Adauto Botelho afirmou que não podia receber o jovem devido à lotação e a existência de uma fila de espera.
De acordo com a juíza Ana Cristina, ela entendeu, por meio dos relatos da defensoria e dos familiares, que no momento do surto o jovem coloca em risco não apenas a sua vida mas como também a de outros. Por isso, ele precisa ser internado para tratamento adequado. “Chegamos ao extremo. Mesmo sabendo a gravidade dos problemas que o jovem apresenta, o hospital afirma não ter vaga para internação e que ele seria o 9º na fila de espera”, ressaltou a juíza, explicando sua decisão.
Para a surpresa da juíza, na manhã de ontem, a administração do Adauto entrou em contato dizendo que iria receber o paciente para internação. “Falta humanização, os pacientes não são empresas. Cada caso é um caso, eles precisam ser julgados de acordo com seu diagnóstico. É fácil culpar o Estado, mas existe uma administração no Adauto, que também precisa ser cobrada”, ressaltou a juíza.
O jovem Wilmar Tafarel Junior, 22 anos, resiste a qualquer tipo de internação voluntária. Segundo Lia Silva, amiga da família que acompanha o caso, ele faz uso de todos os tipos de entorpecentes, álcool e ainda sofre com problemas mentais. “Ele diz que só usa maconha e santo daime (chá), mas não é verdade. Quando surta, ouve vozes, se automutila e já tentou se matar três vezes”, relatou.
Na quinta-feira, quando foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Morada do Ouro, o jovem acabou fugindo antes de ser medicado, uma vez que segundo a juíza, eles não queriam se responsabilizar pelo menino enquanto o Adauto afirmava não ter vaga.
O Diário tentou ouvir alguém da instituição, mas não teve sucesso.
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