ABANDONO
Parque agoniza em Várzea Grande Área de lazer entregue há quatro anos pelo governo está toda depredada, suja, e entregue a vândalos na Cidade Industrial
Entregue parcialmente há quatro anos pelo Governo do Estado, o Parque Ambiental Bernardo Berneck, que fica na avenida Júlio Campos, em Várzea Grande, está abandonado e entregue a vândalos.
Orçada em R$ 3,4 milhões, a área de lazer foi viabilizada por meio de uma emenda parlamentar no valor de R$ 2 milhões, com complementação do Estado.
Em junho de 2010, 70% das obras previstas no parque foram entregues pelo governador Silval Barbosa, conforme matéria intitulada “Governo do Estado entrega a primeira etapa do Parque Berneck em Várzea Grande”, publicada pela Secretaria de Comunicação do Estado (Secom/MT). Á época, foram construídos uma área para shows com 6.200 metros quadrados, palco e concha acústica, dois estacionamentos com 352 vagas ao todo, 3,5 quilômetros de trilhas para caminhada, dois playgrounds, dois sanitários, três áreas de ginástica com aparelhos e portaria.
Hoje, tudo sujo e depredado. Para quem visita o parque o abandono é visto já na entrada, onde o mato toma conta da pista de acesso e do portão já destruído. Situação semelhante ocorre nos banheiros, no palco para shows e nos playgrounds.
Também não há segurança e controle de entrada e saída de pessoas ou visitantes. “Vez ou outra a polícia faz uma ronda. Mas, se a Guarda Municipal foi criada para cuidar do patrimônio público porque não colocam agentes para melhorar a segurança na área”, indagou o analista de sistemas, Mário Ramos, 43 anos, que mesmo com a falta de segurança costuma fazer caminhadas pelas trilhas do parque.
Para ele, a situação é reflexo da falta de interesse do poder público municipal e estadual. “É um desrespeito com a população várzea-grandense. Dinheiro foi jogado fora”, lamentou. Entre outros, a segunda etapa do projeto previa a construção de uma torre mirante, o que não saiu do papel.
Ao se apresentar como um voluntário que tenta ajudar na conservação do parque, Catarino Campos Conceição, de 41 anos, reclama da falta de cuidado com a lagoa que existe dentro do parque. “Precisa fazer uma manutenção para retirar os aguapés”, disse mostrando que de um lado ele mesmo fez o serviço, mas do outro a planta toma conta de toda a superfície do lago. “Por causa do esgoto que lançam e da grande quantidade de aguapés direto a gente encontra peixes mortos”, completou.
À época, o ex-deputado estadual, Maksuês Leite foi quem adotou o projeto do parque ambiental. Segundo ele, os 28 hectares de mata foram doados ao Estado por Gilson, filho de Eduardo Berneck, já falecido. “O Gilson nos procurou e conseguimos viabilizar o projeto. A área foi doada ao Estado, que acabou não assumindo e queria repassar para o município”, comentou.
Conforme Leite, faltou pouco para a conclusão total das obras previstas. “Para concluir o parque faltavam apenas alguns retoques. Mas, o que está faltando mesmo é alguém assumir o parque. É um absurdo ninguém assumir uma área como esta”, disse.
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