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Domingo - 16 de Março de 2014 às 15:17

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A estudante Nathalia Moreira, 16 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Morada do Ouro às 7h59 da última terça-feira (11). A jovem estava passando mal e foi diagnosticada com sinusite apenas às 17h, sendo medicada em seguida e liberada às 18h30 (confira declaração abaixo). 

Segundo a irmã de Nathalia, Débora Moreira Koehler, a situação da estudante era visivelmente “péssima” e, mesmo assim, a equipe da unidade hospitalar não se prontificou a atendê-la. 

"Mesmo passando muito mal, com dores fortes dores de cabeça e vômito, minha irmã foi atendida apenas nove horas depois e, ainda assim, não temos certeza de que ela realmente está com sinusite"

“Mesmo passando muito mal, com dores fortes dores de cabeça e vômito, minha irmã foi atendida apenas nove horas depois e, ainda assim, não temos certeza de que ela realmente está com sinusite. Foi um descaso total, deixaram ela de lado completamente”, relatou. 

De acordo com Débora, o formato do atendimento tem se repetido e não é difícil ouvir relatos de longas esperas para receber um diagnóstico. 

“Você ouve relato de pessoas que esperaram um dia completo para ser atendido, de outras que desistem. O caso da minha irmã foi só um dentre diversos que a unidade não tem conseguido atender”, afirmou.

Situação precária 

Em denúncia encaminhada ao MidiaNews, um funcionário da UPA da Morada do Ouro que preferiu não se identificar também criticou a situação vivida pelos profissionais. 

“A UPA está tendo uma grande demanda de atendimento, pessoas chegam às 10h, 11h e saem de lá até as 20h, 22h. Temos poucos médicos para atender e o espaço físico é muito pequeno para o número de pacientes”, relatou. 

“Após a inauguração da Policlínica do Planalto os médicos que atendiam na UPA tiveram que ser transferidos para lá, porém o atendimento não é 24 horas, fazendo com que as pessoas continuem indo para a UPA”, completou. 

Outra situação relatada pelo funcionário é o salário, principalmente quando comparados a vencimentos de outros trabalhadores de UPAs do Brasil. 

“Nosso teto salarial está bem abaixo do que outros locais estão apgando. Fora isso, terça-feira e quarta-feira são os piores dias, atendemos pessoas de outras cidades de Mato Grosso e até de outros estados. Só hoje, quinta-feira (13), mais de 150 pessoas esperavam na recepção. Ontem, no meu plantão, cerca de 80 pacientes foram embora porque não agüentaram mais esperar. Até quando vamos ficar desse jeito?”, questionou o profissional. 

Outro lado 

A Secretaria Municipal de Saúde informou ao site que o atendimento da Unidade de Pronto Atendimento é baseada no Protocolo de Manchester, que funciona por cor e prioridade. 

Vermelho é emergência, laranja é “muito urgente”, amarelo é urgente, verde é pouco urgente e azul é não urgente. Dessa forma, o tempo de atendimento e diagnóstico depende das cores e do caso do paciente. 

Ainda segundo a pasta, o conselho dado aos pacientes é que sempre procure uma unidade de saúde próxima de sua residência e não se dirija até a UPA caso more distante dela. 

A respeito dos salários dos funcionários, a secretaria, via assessoria de imprensa, disse que seria necessário fazer um levantamento e comparar com outras UPAs para negar ou confirmar se há disparidade entre os vencimentos. 

Segundo levantamento prévio, em Cuiabá o salário base de um enfermeiro ou técnico de enfermagem é de R$ 724, com adicional de insalubridade em R$ 144,80, R$ 208 de transporte e 25% a mais por plantão noturno. 

O salário base do médico é de R$ 2.370, sendo que há 40% a mais de devido insalubridade e 25% de adicional noturno. Plantões na semana são R$ 150 e aos fins de semana R$ 690.





Fonte: Mídia News

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