Condenado a pena alternativa no mensalão é preso em operação da PF Enivaldo Quadrado já presta serviços à comunidade pelo crime de lavagem. Segundo a PF, ele é um dos 24 presos na operação batizada de Lava-Jato.
O doleiro Enivaldo Quadrado, ex-proprietário da corretora Bônus-Banval e condenado no processo do mensalão a prestar serviços à comunidade, foi um dos presos na megaoperação da Polícia Federal (PF) realizada nesta segunda-feira (17) para combater o crime de lavagem de dinheiro.
A prisão foi confirmada ao G1 pela PF e pelo advogado Antônio Sérgio Pitombo, que defendeu Quadrado na ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF).
Quadrado foi condenado pelos ministros do Supremo a 3 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro, mas teve a pena convertida em prestação de serviços.
Desde que foi condenado pela Suprema Corte, o ex-sócio da Bônus-Banval se mudou para o município de Assis, no interior de São Paulo, onde é sócio de uma concessionária de automóveis. Ele trabalhava em uma entidade da cidade entre 7h e 14h para cumprir a pena do mensalão.
O advogado não deu detalhes sobre a prisão e disse ainda não saber se defenderá Quadrado neste caso. A prisão ocorreu na cidade de Assis, no interior de São Paulo.
No caso do mensalão, o Supremo entendeu que Quadrado utilizou a corretora Bônus-Banval para ocultar a origem de recursos oriundos das empresas de Marcos Valério, operador do mensalão, e repassar a parlamentares do PP.
Megaoperação
Ao todo, 24 pessoas foram detidas até o começo desta tarde em 16 cidades do Paraná, São Paulo, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Mato Grosso.
Foram expedidos 81 mandados de busca e apreensão, 18 de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 19 de condução coercitiva, quando o suspeito é levado até a delegacia para prestar depoimento. Conforme a PF, os recursos investigados passam de R$ 10 bilhões.
Até as 11h30, os policiais tinham apreendido carros de luxo, entre eles um Camaro, além de relógios e joias. Três hotéis também foram bloqueados pela PF em Londrina, São Paulo e em Porto Seguro.
De acordo com as investigações da PF, que começaram em 2013, a quadrilha envolve personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil e é responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas com vários crimes.
Entre eles estão tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração, contrabando de pedras preciosas e desvios de recursos públicos.
A ação foi batizada de Lava-Jato. Segundo os policiais, um dos grupos fazia uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores oriundos de práticas criminosas. Mais de 400 policiais participam da ação.
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