Dobra o número de presos com tuberculose em penitenciária de MT Quantidade de detentos em tratamento subiu de 56 para 120 desde 2013. Também há casos diagnosticados no presídio feminino de Cuiabá.
Em nove meses, mais que dobrou o número de presos com tuberculose na Penitenciária Central do estado, localizada em Cuiabá. A quantidade passou de 56 em junho do ano passado para 120 infectados, segundo o último levantamento da Secretaria de Saúde do estado. Outros 20 detentos do Centro de Ressocialização de Cuiabá, conhecido como Carumbé, e 30 reeducandas do presídio feminino Ana Maria do Couto também estão com a doença.
A mulher de um dos presos do Carumbé afirma que o marido foi transferido da PCE para lá depois de contrair a doença três vezes. "Ele estava com disenteria. Se eu deixasse meu marido aí no Pascoal Ramos ele ia morrer. Então, consegui transferi ele.... e hoje ele se encontra bem", declarou.
Em contato com o marido, ela também contraiu a doença. A mulher afirma que as visitas na penitenciária ocorrem em uma ala onde todos os presos com tuberculose ficam juntos. “Um cubículo com um monte de pessoas com o vírus da tuberculose. Ali eles recebem visita”, denunciou.
Por ser uma doença contagiosa que se espalha principalmente em ambientes fechados, a norma do Ministério da Saúde é que toda vez que um caso é identificado, as pessoas que tiveram contato direto com o doente nos últimos dias também precisam ser examinadas por um médico.
O gerente estadual de Saúde Penitenciária, Hozano Delgado, diz que existe um trabalho para avaliar a saúde do detento. Mas reconhece que o isolamento do preso só começa depois do diagnóstico confirmado. “Se for evidenciado um sintoma característico de tuberculose, são feitos exames iniciais. E para a população que está lá dentro, constantemente essas pessoas vão até o setor de saúde. E também se evidenciado algum sintoma, são feitos exames que são encaminhados ao laboratório”, disse Delgado.
O médico Ruy Soyza Nogueira, que atua na rede pública de Saúde da capital, alerta que o vírus está atingindo as pessoas fora do sistema prisional. Em cada plantão de fim de semana, ele afirma que são de 10 a 15 novos casos confirmados da doença, em apenas uma policlínica.
“O paciente adquiriu a tuberculose e não iniciou o tratamento. Ele só para de transmitir quando começa a o tratamento. Quinze dias após o tratamento ele para de transmitir. Então, se o paciente está tossindo há três meses com tuberculose, quantos ele não contaminou?”, questiona.
O estado diz que toma procedimentos quando o preso é diagnosticado. "Assim que a gente sabe que o preso está doente, a gente avisa para que ele avise os familiares e que a gente tenha o contato desses familiares. E encaminhamos para a Secretaria de Saúde", garantiu Delgado.
Sobre o espaço em que os presos ficam na PCE, a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do estado informou que está sendo feita a manutenção das celas para que os presos tenham melhores condições de ventilação.
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